umário

03 Editorial

Caritas Vanucci Batista Santos

05 Avaliação das competências interpessoais do gestor escolar

Maria Áurea Santos Ribeiro

13 Módulos e Vivências Pedagógicas: atualização

em serviço da equipe escolar

17 Liderança Interpessoal

Fábio Kalil de Souza

Maria Cleide de Sousa Mira

39 Implantação da Lei 10.639/03

Regina Maria de Sousa Fernandes

41 Escola e Família: parceria efetiva

Regiane Lima Nascimento

42 I Workshop de Centros de Referências em

Tecnologias de Gestão

Fernanda Santos Bastos

43 Isso existe ainda?!

Cáritas Vanucci Batista Santos

Regina Maria de Sousa Fernandes


45 Relato pessoal sobre a experiência em lecionar a disciplina:

Estágio em Gestão de Sistemas Educacionais e Escola III

Mara Schwingel

47 Limites e Disciplina

Sara de Araújo Bastos Almeida

48 Grêmio Estudantil _ CRT

Patrícia Paixão

Solange de Lima

50 Filme comentado

Meu Mestre Minha Vida

Patrícia Santos da Paixão

53 Literatura Comentada

O Chachá

Regina Maria de Sousa Fernandes

55 Dicas de Sites

Antonio Gualberto Pereira

Carmem Luciana Cardoso Martins Santos

Fábio Kalil de Souza

Gilka Santana do Espirito Santo

Patrícia Santos da Paixão

Sara Almeida de Araújo Bastos

59 Utopia do Desejo

Iramara Paim

61 Entre em Contato


Editorial

Alguns estudiosos defendem a idéia de que uma visão atraente, compartilhada da equipe é o que há de mais poderoso para direcionar uma organização à excelência e o sucesso duradouro. Ter uma equipe coesa e bem liderada é o segredo para alcançar os objetivos traçados com qualidade.

A escola ao estruturar seu Projeto Político Pedagógico, seu Plano de Desenvolvimento; ao matricular o aluno e dar partida ao funcionamento do ano letivo, se organiza para dar início a uma prática que visa um resultado futuro: formação plena da criança e aperfeiçoamento da equipe de trabalho. É a visão de futuro que se tem ao estabelecer seus objetivos a cada ano.

O sucesso da escola depende, não exclusivamente, dos fatores pedagógicos, administrativos e financeiros isolados, mas também das relações humanas responsáveis por seu funcionamento. As lideranças, nesse sentido, assumem papéis fundamentais no aprimoramento da qualidade escolar.

Sabemos que as pessoas podem não conseguir gostar umas das outras, mas elas devem ser capazes de trabalhar em conjunto. O bom relacionamento é um fator que interfere no desempenho da equipe e influencia nos resultados estabelecidos por ela.

Liderança interpessoal não se restringe ao líder maior do grupo, mas a todos. Cada um é líder de si mesmo. Alguns lideram um grupo, outros seu próprio trabalho e suas próprias ações, mas contida nessa rede estão as relações interpessoais: o grande desafio para todas as organizações. Como desenvolver as atividades de forma equilibrada, respeitando as sugestões, opiniões, os valores de cada um? O líder e liderados (que também são líderes) são peças fundamentais para o desencadeamento do sucesso da equipe.

Os líderes escolares, hierarquicamente estabelecidos como gestores, são responsáveis para orientar e direcionar a equipe ao caminho da excelência organizacional por meio não coercitivo. Mas, cabe a todo o grupo assumir compromissos, estar aberto às mudanças, mudar, quando necessário, o pensamento, a conversa, estar ativo e atento aos objetivos estabelecidos.

O tipo de liderança interpessoal empregado no ambiente de trabalho interfere nos resultados esperados pela equipe, assim como em todo o clima organizacional. Por essa razão, o módulo Liderança Interpessoal vem como destaque nesta edição com o objetivo de aprimorar competências relativas à dinâmica das lideranças interpessoais que permeiam o mundo educacional.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 3-4, mai./jun.2005.


Assim como o módulo, o texto Avaliação das competências interpessoais do gestor escolar vem complementar a leitura dos interessados pela temática. Enriquecer o conhecimento acerca das relações interpessoais favorece o aperfeiçoamento organizacional da escola.

De forma criativa, a revista também traz textos e relatos que ilustram o trabalho desenvolvido pela equipe nas escolas parceiras do Programa. Além disso, traz indicações de filme, literatura comentada e dicas de sites ligados à educação.

O Gerir é um informativo interessante para educadores que queiram qualificar sua prática pedagógica e se inteirar das novidades no âmbito educativo, como por exemplo, a Lei 10.639/03 que aborda a questão da inclusão étnico-racial. Saibam mais sobre isso e outras coisas neste exemplar.

Cáritas Vanuucci Batista Santos

Pedagoga, UFBA. Professora de Educação Infantil do Município de Salvador.

Bolsista do PGP/LIDERE. E-mail: caritas.santos@bol.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 3-4, mai./jun.2005.


Avaliação das competências interpessoais do

gestor escolar

Introdução

Quando focalizamos os nossos estudos para a questão da avaliação das competências do gestor escolar, não pensávamos que este tema estivesse sendo tão questionado. Este artigo tem como objetivo refletir sobre as práticas desenvolvidas nas nossas escolas, e produto das observações no assessoramento da equipe gestora em três escolas públicas municipais de Salvador.

Hoje, se percebe um interesse muito grande quanto às relações interpessoais em diversos segmentos da sociedade. E questionamos por que as pessoas se mobilizam para essa discussão?

Para entendermos o tema em questão, tomemos como base a análise de uma pesquisa realizada por Freud há 60 anos que na observação filtrada de um sistema interativo, concluiu em última análise, que há apenas duas realidades: o amor e o trabalho.

Como estamos enfocando a questão das relações interpessoais do gestor escolar, daremos prioridade aos estudos realizados dentro dessas organizações.

Na visão de MORGAN (1996) é possível pensar nas organizações como se fossem

organismos e concebidas como sistemas vivos, que existem em um ambiente mais amplo, do qual dependem em termos da satisfação das suas necessidades.

Essa metáfora centraliza a sua atenção em compreender e administrar as necessidades organizacionais e as relações com o ambiente. Desta forma, as organizações são concebidas como sistemas sociais vivos, que existem em um ambiente mais amplo do qual dependem em termos da satisfação de suas necessidades (sistemas abertos).

Esses sistemas sociais têm estrutura, mas é mais uma estrutura de eventos do que de partes físicas. A presença de subsistemas e de padrão formal de papel, em cujos termos funcionam, encontram-se entre as suas principais características. Entendendo-se o papel como um conjunto de atividades associadas a um ponto específico do espaço organizacional, a que se pode chamar de cargo, é possível entender também a definição das organizações como sistema de papéis. Problemas relacionados a este tipo de sistema tais como inclusão parcial, multiplicidade e conflitos de papel podem ser observados em instituições educativas e merecem ser avaliados.

Maria Áurea Santos Ribeiro. Especialista em Metodologia do Ensino Pesquisa e Extensão em Educação,UNEB. Pedagoga pela Faculdade de Educação da Bahia,FEBA. Professora do curso de Pedagogia, Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias,FAC e Faculdade Teológica de Valença, FACTIVA. E-mail: maria_aurea@terra.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 5-12, mai./jun.2005.


Sabemos que em qualquer espaço organizacional independente de suas características, tamanho, perfil ou tipo de atividade, a convivência dos seres humanos e a natureza de seus relacionamentos têm constituído um dos aspectos mais problemáticos e mais negligenciados na atualidade, ocasionando perda e desperdícios materiais e energia humana, que comprometem a qualidade de vida das pessoas e dos resultados do seu trabalho.

Um gestor escolar desempenha múltiplas funções e atende a demanda de diversos setores que dependem de suas atividades.

Observando de como é o cotidiano do gestor escolar, constata-se que para esse gestor exige-se o exercício de múltiplas competências específicas, entre elas as competências interpessoais.

O que é competências

O termo competência vem sendo estudado exaustivamente por todos os setores organizacionais, e, para que se torne possível o entendimento, efetuaremos uma análise mais convincente; podemos propor uma reflexão sobre algumas definições de competência.

Segundo Rey (2002) existem três formas de pensar a competência;

n Como comportamento - efetivação de um dado comportamento em uma determinada situação.

n Como função _ organização de movimentos, cuja funcionalidade e unidade podemos conhecer.

n Como potência geradora _ conjunto de regras que regulam os comportamentos no uso da linguagem, sem que sejam observáveis a consciência do sujeito (concepção chomskiana).

Depresbiteres, 2001, enfoca a noção de competência, numa perspectiva integrada e pressupõe a mudança de estruturação do conhecimento: de uma lógica disciplinar para uma lógica de conjuntos interdisciplinares.

Para (PERRENOUD, 2000) é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações.

É a capacidade de mobilizar conhecimentos valores e decisões para agir de modo pertinente numa determinada situação. Por tanto, para constatá-la, há que considerar também os conhecimentos e valores que estão na pessoa e nem sempre podem ser observados (MELO, 2003).

Reconhecer a importância da formação de competências é necessário, como troca de saberes, porque o desenvolvimento profissional não significa coagir funcionários a adotar as metas da unidade escolar sequer manipular o seu comportamento.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 5-12, mai./jun.2005.


Enfoques sobre gestão escolar

O termo administração escolar que tradicionalmente tem caracterizado a ação de planejar, organizar, dirigir e controlar o trabalho da escola vem sendo substituído pelo termo gestão.

Libâneo (2001) utiliza a expressão organização e gestão da escola considerando que esses termos, colocados juntos são mais abrangentes que administração escolar.

Visto nessa perspectiva o sentido analisa que a escola é um sistema de relações, com características interativas, diferenciando-se das empresas convencionais.

Chiavenato (1983) constitui como unidade social de "agrupamentos humanos intencionalmente constituídos ou reconstituídos". Enfatizando assim os indivíduos e os grupos interrelacionados, as suas interações, o caráter de intencionalidade de seus atos.

Entendemos como gestão escolar o processo de tomada de decisões, direção e controle dessas decisões, possibilitando o funcionamento das organizações escolares.

Ações observadas no cotidiano escolar caracterizam o enfoque sociopolítico e justificam a formação de competências interpessoais para o gestor escolar.

1. Gestão escolar prevê formas de tomada de decisão que implicam na participação dos agentes envolvidos.

2. Os objetivos sociopolíticos e pedagógicos da escola, definidos pela comunidade escolar são assumidos por todos.

3. A articulação entre a atividade, a direção, a iniciativa e a participação da comunidade escolar.

4. A gestão escolar demanda acompanhamento e avaliação sistemática para a tomada de decisão que implica reiterar ações ou reorientá-las.

Neste contexto percebe-se o gestor envolvido em práticas que caracterizam a administração escolar (brasileira), e tem-se caracterizado pela centralização, disputa de interesse antagônicos e baixa eficiência nos resultados obtidos, porém em todas as sociedades se desenvolvem a consciência de que o autoritarismo, a centralização, a fragmentação, o conservadorismo e a idéia do dividir para conquistar, estão ultrapassados por conduzirem ao desperdício do imobilismo, à estagnação e ao fracasso de instituições.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 5-12, mai./jun.2005.


Nessa oportunidade, algumas pontos chamam a atenção no que se refere a aspectos de relacionamento e comunicação entre dirigentes/funcionários, dirigentes/professores, dirigentes/alunos, dirigentes/comunidade local, muitas vezes parece haver relações distorcidas.

Por isso tudo, é necessário perceber como está sendo desenvolvida a atuação do gestor escolar das unidades públicas municipais de Salvador no que tange às relações interpessoais.

Toda competência está, fundamentalmente, ligada a uma prática social de certa complexidade.

Não um feito de dado, mas sim a um conjunto de gestos, postura e palavras inscritas na prática que lhe confere sentido e continuidade (Perrenoud, 2000).

O gestor escolar demanda acompanhamento e avaliação sistemática para a tomada de decisão, portanto a seguir definimos as competências necessárias para esse gestor nas relações interpessoais.

Perfil do gestor na nova administração escolar

O desafio do gestor escolar do terceiro milênio é dar condições para que sua equipe efetive propostas pedagógicas que garantam o sucesso escolar, para isso é importante:

n Estimular lideranças

n Competir com resultados

n Possuir visão pluralista da situação

n Cristalizar suas intenções (honestidade e credibilidade).

n Fundamentar suas decisões

n Ser pluralista

n Comprometer-se com a emancipação de seus funcionários

n Atuar em função de objetivos

n Concretizar as oportunidades e limitações

(Secretaria Municipal de Salvador).

Como gerenciador de transições cabe ao gestor garantir plena informação a todos os membros da sua equipe. No desempenho desse papel, a questão do compromisso com as mudanças na realidade social pedagógicas e políticas aparecem claramente.

A gestão participativa vem sendo percebida como uma estratégia para aperfeiçoar a qualidade educacional, baseando-se em lideranças compartilhadas, na delegação de autoridade aos envolvidos na produção de serviços educacionais e na construção compartilhada". Isto inclui criar e comunicar uma visão, ganhar a confiança e o comprometimento organizacional, utilizar as competências da organização, desenvolver os times da organização e motivá-los (LÜCK, 2002).

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 5-12, mai./jun.2005.


Todas as vezes que se pretende uma inovação educativa percebe-se o deslocamento do eixo de atuação, direcionando as situações novas para interferir nas condições e práticas de trabalho na escola.

É importante ressaltar que dentro dos princípios de uma gestão democrática participativa são observadas atribuições do gestor que estão relacionadas às competências interpessoais dentro das unidades escolares da rede pública municipal (Salvador, 2003):

1. Promover a construção e reutilização do PDE, bem como a sua execução através de um trabalho coletivo em parceria com o Conselho Escolar, mediante processo de análise dos resultados, proposições criativas e eficazes.

2. Promover a efetivação do processo de avaliação de desempenho do grupo magistério, junto ao Conselho Escolar.

3. Monitorar o desenvolvimento das gerências, em parceria com o Conselho Escolar com vistas à identificação dos resultados, propondo intervenções necessárias.

4. Promover o envolvimento dos pais na gestão da escola, em atividades educacionais e sociais, apoiando a criação das associações de pais e as iniciativas do Conselho Escolar.

5. Gerenciar o funcionamento das escolas em parceria com o Conselho Escolar, zelando pelo cumprimento do regimento Escolar, observando a legislação vigente, normas educacionais e padrão de qualidade de ensino.

6. Elaborar e implementar o plano de gestão escolar alinhado ao PDE, Proposta Pedagógica, regimento escolar e Diretrizes da SMEC, discutindo com a comunidade e incorporando as contribuições.

As competências descritas pela SMEC estão relacionadas e descrevem atribuições, envolvendo uma visão dinâmica e articulada de toda situação de decisão e avaliação.

É impossível definir competências sem explicitar as tarefas nas quais estas se materializam.

Essas são algumas condições básicas para o desenvolvimento de competências interpessoais cujo foco é o sucesso da escola.

Como avaliar essas competências?

Para Neder (1996), a avaliação como prática educativa deve ser compreendida sempre como uma atividade política, cuja principal função é a de propiciar subsídios para tomadas de decisões quanto ao direcionamento das ações em determinado contexto.

No nosso entender uma forma de refletir sobre a avaliação das competências interpessoais é analisando e disseminando informações sobre experimentos e inovações pela exemplaridade, e que sejam aplicáveis, visando produzir melhoras qualitativas no processo educativo das escolas, assentando na busca de situações educativas locais que apresentam as características e os resultados de competências interpessoais inovadoras.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 5-12, mai./jun.2005.


Sobre as competências interpessoais alguns elementos para a reflexão.

Inicialmente, ainda existe uma indefinição quanto ao conceito, competência interpessoal, apesar da crescente importância que assumem a reflexão e estudos em torno do tema.

Para Moscovici (1986) competências interpessoais é a habilidade de lidar eficazmente com relações, de forma adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação.

Segundo Aguires apud Moscovici, (1996, p. 36-37) é a habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais de acordo com três critérios:

a) Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis relevantes e respectiva inter-relação.

b) Habilidade de resolver realmente os problemas interpessoais, de tal modo que não haja regressões.

c) Solução alcançada de tal forma que as pessoas envolvidas continuem trabalhando juntas, tão eficientemente pelo menos, como quando começaram a resolver seus problemas.

Comparando as definições, concluímos que a habilidade de lidar com situações interpessoais engloba várias habilidades como a flexibilidade perspectiva e comportamental; essas habilidades são demonstradas através de pontos considerados mais fortes como, competição, interdependência, flexibilidades autoconfiança e pontos considerados mais fracos como reação a feedback, espontaneidade, lidar com conflitos e resistência ao estresse.

Chamamos de pontos fortes, geralmente, aqueles relacionados a uma percepção social de valores culturais da nossa sociedade direcionados à imagem de chefia. Os pontos fracos são aspectos relacionados ao que menos é exposto publicamente e negligenciado na comunicação humana.

Ser gestor escolar é buscar atingir as metas necessárias à sobrevivência das pessoas que dependem do resultado do seu trabalho, ou seja cumprir o seu papel, gerenciando processos e deste gerenciamento decorrem pessoas (equipes) motivadas e seguras.

Um gestor escolar pode ser avaliado em suas competências através do seu crescimento pessoal e profissional e esse crescimento envolve estágios que devem ser atingidos.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 5-12, mai./jun.2005.


No primeiro estágio predomina o bom senso: o gestor dá prioridade à manutenção imperfeita da organização escolar e ao gerenciamento das pessoas. No segundo estágio, o gestor escolar dá ênfase no presente através da solução dos problemas atuais da sua unidade escolar e também no gerenciamento de pessoas. O terceiro estágio dá ênfase ao futuro procurando a inovação e gerenciando o crescimento do ser humano, cultivando a adesão de pessoas.

O gestor escolar democrático hoje, trabalha associado de pessoas, analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto (LÜCK, 2002).

Dessa forma, o gestor escolar não só concretiza o caminhar, como confere o sentido das práticas que emergem desse ambiente escolar e das relações construídas coletivamente. De forma sustentável é possível estabelecer as interfaces dos pontos direcionados ao aspecto das competências estritamente interpessoais.

Em um processo de avaliação dos resultados e acompanhamento do desenvolvimento das competências interpessoais do gestor escolar, é preciso investigar os resultados da aplicação do modelo na prática e buscar evidências que indiquem mudanças ou diferenças na realidade escolar.

Considerações finais

Daí ressaltar a necessidade de avaliação das competências no papel do gestor escolar dessas organizações, porque a dinâmica constante das situações, impõe novos desafios ao gestor escolar hoje. E a competência interpessoal diz respeito ao comportamento e às atitudes do gestor e se manifesta na forma de comunicações integradoras às competências profissionais.

Percebemos a ampliação da responsabilidade das instituições e do gestor escolar na avaliação das competências interpessoais, principalmente do gestor escolar quando apresenta comportamentos observáveis e que requerem saber fazer e saber ser numa sociedade cada vez mais complexa.

Portanto, a alerta se faz ao educador gestor do ensino público no sentido que assuma responsabilidade de tornar a escola, cada vez mais atrativa, alegre, participativa e democrática. Desta forma, nossa prática cotidiana nos revela que o gestor compromissado consegue, apesar de todas as dificuldades, liderar a escola, para que um trabalho pedagógico com alguma qualidade seja realizado.

A competência sintetiza dinamicamente o saber, o compreender, o viver em grupo. O desenvolvimento de competências interpessoais está diretamente relacionado à evolução da organização da escola.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 5-12, mai./jun.2005.


Referências

BELLONI, Maria Luiza. Educação à Distância. 2 ed. Campinas: Autores Associados.2001.

CHIAVANATO, Idalberto, Administração de Recursos Humanos. São Paulo: 2. ed, Editora Atlas, 1983.

DEPRESPITERES, Lea. Avaliação: avaliando competências na escola de alguns ou na escola de outros? http://www.senac.br/informativo/bts/boltec273d.htm

FALCONI, Vicente. O valor dos recursos humanos na era do conhecimento. 3. ed. Belo Horizonte: Fundação Cristiano Otoni.1995.

LIBÂNEO, José Carlos.  Organização e Gestão da Escola : teoria e prática 3.ed. Goiânia: Alternativa, 2001.

LÜCK, Heloisa. (et al) A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Rio de Janeiro: PP&. 2002.

MELO, Guiomar Namo de. Afinal o que é competência? http://www.novaescola.abril.com.br/ed/160_mar03/html/com/-palavra.htm

MORGAN, Gareth. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996.

MOSCOVICI, Fela . Desenvolvimento Interpessoal: treinamento em grupo. 5. ed. Rio de Janeiro: José Olimpio, 1996.

NEDER, Ricardo Toledo. Organizações não-governamentais na (re)construção da sociedade civil no Brasil (dinâmicas, sujeitos e vinculações entre público e privado nos anos 90. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 1996. Relatório n.10

O'DONNEL, Ken. Endoqualyt as dimensões emocionais e espirituais do ser humano nas organizações. Salvador: Casa da Qualidade. 1997.

PERRENOUD, Philippe. Novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

REY, Bernard. As competências transversais em questão. Porto Alegre: Artmed, 2002.

RIOS, Terezinha Azeredo. Ética e Competência . 7. ed. São Paulo: Saraiva. 1994.

Revista Brasileira de Política e Administração da Educação. v. 19. n.1. Porto Alegre: ANPAE, 2003.

SMEC. Documento preliminar. Salvador, 2003.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 5-12, mai./jun.2005.


Módulos e Vivências Pedagógicas:

atualização em serviço

da equipe escolar

Introdução

Os módulos apresentados têm por objetivo aperfeiçoar técnicos, gestores, professores e demais participantes das comunidades escolar e local, visando a melhoria da qualidade do ensino. A linguagem utilizada é de fácil acesso, permitindo à comunidade escolar e demais interessados difundir os temas tratados, aplicando-os diretamente à sua prática. A proposta é convidar a escola a um refletir - aprender - fazer coletivo e constante na busca de uma educação cidadã.

A concepção teórica da coleção está fundamentada na gestão compartilhada, a partir da qual a equipe torna-se responsável pelo planejamento, implementação e avaliação de ações decididas coletivamente. Fundamenta-se, também, pela concepção de qualificação permanente e continuada do indivíduo ou da equipe, seja em serviço ou para desenvolver o propósito educativo de forma mais efetiva.


A metodologia utilizada tem como base o trabalho desenvolvido pelo Programa Gestão Participativa (PGP), criado em 1995 na Faculdade de Educação - FACED/UFBA, a partir de convênio entre a Universidade Federal da Bahia e a Fundação Ford. Ela consiste em: fortalecer lideranças próativas; desenvolver equipes coesas; aumentar habilidades para solução de problemas em grupos; trabalhar com orçamento e finança escolar; (re)elaborar o Proje

to Pedagógico e o Plano de Desenvolvimento Escolar (PDE); desenvolver temas transversais e Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs); ajudar o cidadão a participar da educação nacional; trabalhar arte, emoção e comunicação; apoiar escolas, secretarias municipais e estaduais de educação, preocupadas em implementar gestão participativa, Conselhos e Caixas Escolares; desenvolver múltiplas inteligências; estabelecer parcerias com organizações públicas e privadas e construir e reconstruir, juntos, mais e melhor.

O desenvolvimento dessa metodologia é feito através de módulos temáticos, aglutinadores de vivências pedagógicas. Essas atividades têm o objetivo de ajudar às comunidades escolar e local, no desafio de melhorar a qualidade dos seus processos gestor e pedagógico, com foco no progresso do aluno.

O PGP/LIDERE considera a gestão escolar como responsável pelos processos administrativo, financeiro e pedagógico. Nesse sentido, as atividades preparam o gestor e a equipe para a superação de desafios.

A coleção é composta atualmente por mais de quinze módulos, sumarizados a seguir. Outros módulos estão em construção e testagem, como por exemplo: LDB 9394/96.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 13-16, mai./jun.2005.


Módulos publicados

e em construção

1 Liderança Educacional.

Desenvolve competências básicas em liderança educacional mediante reflexão-ação-reflexão.

Módulo publicado no Gerir v. 9, n. 33, set./out. 2003.

2 Liderança Interpessoal.

Está em processo de elaboração pela equipe PGP/LIDERE.

3 A força da equipe: gestão compartilhada como um diferencial de qualidade.

Analisa teoria e prática da gestão compartilhada, características e condições requeridas para uma gestão eficaz. Desenvolve atitudes e valores: comunicação, processo de identificação, análise, priorização e resolução de problemas, liderança democrática, funções do líder, fortalecimento da equipe escolar, condução de reuniões, uso do tempo, registro da memória e portifólio.

Módulo publicado no Gerir v. 7, n. 21, set./out. 2001 (Parte I) e Gerir v. 7, n. 22, nov./dez. 2001 (Parte II).

4 A LDB 9394/96 e o desenvolvimento escolar.

Analisa as implicações da Lei 9394/96, a escola e os sistemas de ensino, o planejamento e a avaliação de programas educacionais. O que mudou na prática? O que ainda pode mudar?

Está sendo atualizado pela equipe PGP/LIDERE.

5 Gestão compartilhada na prática: o Colegiado/Conselho Escolar.

Desenvolve o potencial dos conselheiros para o exercício de responsabilidades e funções do Colegiado/Conselho Escolar (CE), processo em grupo e construção de equipes, organização e condução de reunião, planejamento, acompanhamento, avaliação e condução do trabalho do CE para atingir maior efetividade. Publicado pela Secretaria de Educação e Cultura SEC em 1998.

Módulo publicado no Gerir v. 8, n. 25, mai./jun. 2002.

6 Mudança Consentida: Projeto Pedagógico, Plano de Desenvolvimento Escolar e Parâmetros Curriculares Nacionais.

Discute planejamento e desenvolvimento do projeto pedagógico, abordando o currículo, temas transversais e parâmetros curriculares nacionais para construção de quadro analítico e delineamento da realidade escolar; (re)elaboraração do "Plano de Desenvolvimento da Escola"- PDE, definindo os princípios, objetivos e metas, definidos pelo projeto pedagógico, bem como a avaliação do seu desenvolvimento.

Módulo publicado no Gerir v. 7, n. 18, mar./abr. 2001.

Módulo PDE, exclusivamente, publicado no Gerir v.10, n.37, maio/jun. 2004

7 Dinheiro na escola: a gestão dos recursos financeiros.

Enfatiza os princípios e etapas orçamentárias envolvidas no processo de execução dos recursos da escola, legislação vigente, conceitos e elementos de receita e despesas, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF e desenvolvimento prático dos conteúdos abordados.

Módulo publicado no Gerir v. 7, n. 19, mai./jun. 2001.

8 Do sonho à realidade da escola: elaboração, desenvolvimento, avaliação e acompanhamento de projetos educacionais.

Aborda temas relativos ao processo de planejamento compartilhado: elementos constitutivos, identificação da realidade, estabelecimento de metas e objetivos; processo de acompanhamento, avaliação e implementação de projetos para a melhoria da qualidade da educação, elaboração do plano de ação e a sua execução.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 13-16, mai./jun.2005.


9 Educação aqui, ali e acolá - ontem, hoje e amanhã.

Revisa o referencial teórico da educação a distância, sua interface com o ensino presencial e aplicação vinculada ao conceito de educação continuada; analisa sua relevância e aplicação no mundo contemporâneo, caracterizado por mudanças; discute pontos positivos, negativos e possibilidades de superação de programas governamentais para desenvolvimento profissional de gestores e professores, a utilização de multimeios na educação continuada presencial e a distância.

Módulo publicado no Gerir v. 7, n. 20, jul./ago. 2001.

10 Passar de ano ou de conteúdo? A avaliação do processo ensino-aprendizagem.

Aborda a (re)compreensão da avaliação como processo permanente de (re)pensar a prática da organização escolar, seus objetivos e funcionalidade e o processo ensino-aprendizagem.

Está sendo atualizado pela equipe PGP/LIDERE.

11 Vôo, e volto, criando...

Trabalha a arte, liberando e (re)construindo emoções, (re)unindo cognição e emoção na (re)construção do cidadão pleno.

Módulo publicado no Gerir v. 7, n. 17, jan./fev. 2001.

12 Educação para a Saúde.

Preservação da saúde, cuidados básicos com a saúde emocional, sexualidade e higiene.

Módulo publicado no Gerir v. 9, n. 31, mai./jun. 2003 (Parte I) e Gerir v. 9, n. 32, jul./ago. 2003 (Parte II).

13 Como transformar um grupo em uma equipe de sucesso.

Oportuniza reflexão sobre quais os instrumentos, e como utilizá-los a favor da construção de uma equipe de sucesso.

Módulo publicado no Gerir v. 8, n.23, jan./fev. 2002.

14 Grêmio Estudantil.

Instrumentaliza a implantação/fortalecimento do grêmio em escolas públicas baianas, contribuindo assim para a formação do aluno crítico, criativo e participativo.

Módulo publicado no Gerir v. 8, n.24, mar./abr. 2002.

15 Comunicação em educação e interpessoal.

Analisa a importância, os princípios, processos e desafios da comunicação no âmbito educacional.

Módulo Publicado no Gerir v.10, n.39, set./out. 2004

16 Vivenciando a PAZ na escola.

Promove discussões sobre situações de violência que permeiam a escola, a família e a sociedade, provocando reflexões entre pais, alunos e educadores sobre as reais possibilidades da construção de uma cultura de paz.

Módulo publicado no Gerir v. 8, n. 28, set./out. 2002.

17 Planejamento Educacional.

Aborda aspectos históricos sobre o planejamento da educação no Brasil; apresenta situações e atividades concretas com vistas à vivência do processo participativo visando enriquecer, aprofundar e favorecer a construção do Planejamento Educacional.

Módulo publicado no Gerir v. 9, n. 34, nov./dez. 2003

18 Pedagogia de Projetos.

Enfatiza um estudo reflexivo sobre a Pedagogia de Projetos, orientando a equipe gestora das escolas públicas na construção do seu projeto de trabalho, tendo em vista a valorização da diversidade e singularidade apresentada por cada indivíduo, consolidando um espaço democrático que conduz à compreensão de um novo agir.

Módulo publicado no Gerir v. 9, n.29, jan./fev. 2003

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 13-16, mai./jun.2005.


19 Instrumento de Coleta de dados - questionários e pesquisa.

Reúne vários instrumentos de coleta de dados utilizados pela equipe PGP/LIDERE, alunos da pós-graduação da FACED/UFBA e de outras Universidades Estaduais. A utilização destes instrumentos não se restringe apenas às atividades realizadas pelo PGP/LIDERE.

20 Educação Inclusiva.

Apresenta orientações e estratégias para a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais no ensino regular, priorizando a valorização da criança cidadã, autônoma e inserida em um contexto sócio, histórico e cultural, garantindo os seus direitos e deveres fundamentais.

Módulo publicado no Gerir v. 10, n. 40, nov/dez 2004.

21 Vivência Pedagógica Leitura para alunos.

Oportuniza a discussão e a análise sobre as dificuldades enfrentadas pelos alunos na interpretação e compreensão de textos, experimentando novas metodologias para facilitar a aprendizagem.

Módulo publicado no Gerir v. 10, n. 41, jan./fev. 2005.

22 Avaliação.

Aborda temas relacionados à avaliação da aprendizagem escolar dentro de uma perspectiva construtivista, buscando a definição de um conceito de avaliação correlacionado com a prática do educador, visando o pleno desenvolvimento do educando.

23 Educação Ambiental.

Discute temas relacionados ao meio ambiente, destacando a importância da educação como instrumento para gestão participativa, e estimula o exercício pleno e consciente da cidadania, visando o surgimento de novos valores capazes de tornar a sociedade mais justa e sustentável.

Módulo publicado no Gerir v. 10, n.36, mar./abr. 2004(Parti I) e Gerir v. 10, n.38 jul/ago. 2004.

24 Prevenção ao uso de drogas.

Oferece informações sobre as drogas e a sua utilização, capacitando líderes das comunidades escolar e local para que possam atuar como multiplicadores na prevenção do uso de drogas entre crianças e adolescentes.

25 Artesanato.

Fundamentado na temática educação ambiental o módulo ressalta a importância do artesanato e da reutilização de materiais descartáveis no processo educacional. Propõe o desenvolvimento de valores para uma cidadania comprometida com a melhoria do nível participativo nas questões ambientais.

Módulo publicado no Gerir v. 10, n. 35, jan./fev. 2004.

26 Organização de Bibliotecas Escolares.

Visa compreender o processo de implementação de uma biblioteca escolar e dar orientações de como mantê-la ativa.Ao discorrer sobre este trabalho a equipe PGP/LIDERE enfatizar a importância da Biblioteca dentro de uma unidade de ensino. Ao mesmo tempo, conduz o leitor a saber sobre as técnicas e procedimentos adequados no desenvolvimento de organização da biblioteca escolar.

Módulo publicado no Gerir v. 11, n. 42, mar./abr. 2004.

A seguir será apresentado o módulo Liderança Interpessoal. Numa linguagem clara, direta e cativante, introduz e analisa processos como a comunicação e motivação interpessoais, o autoconhecimento, a liderança, entre outros, tão importantes quanto necessários à criação e permanência de relações humanas saudáveis no ambiente escolar.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 13-16, mai./jun.2005.


Elaboração:

Fábio Kalil de Souza. Estudante de Pedagogia, UFBA. Estagiário do PGP-LIDERE. E-mail: fabioksouza@ig.com.br.

Maria Cleide de Sousa Mira. Especialista em Planejamento Educacional,Universidade Salgado de Oliveira/UNIVERSO. Bolsista do PGP/LIDERE. E-mail: mira@atarde.com.br

Revisão:

Dra. Katia Siqueira de Freitas. Ph.D em Administração da Educação. Coordenadora do Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação PGP/LIDERE. E-mail: katiasf@ufba.br

Regina Maria de Sousa Fernandes. Especialista em Estudos e Pesquisas Educacionais, USP/SP. Bolsista do PGP/LIDERE.

E-mail: reginapretta@uol.com.br

Regiane Lima Nascimento. Estudante de Filosofia, FBB. Bolsista do PGP/LIDERE. E-mail: regy3@bol.com.br

Jussiara Xavier Pinheiro. Pedagoga, UFBA. Especialista em Metodologia do Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação. Bolsista do PGP/LIDERE. E-mail: jussiarax@yahoo.com.br

Colaboração:

Adriana Eugênio de Souza Ponte. Especialista em Planejamento.

E-mail: adrianaeugenioponte@ig.com.br.


umário

19 Apresentação

19 Objetivo

19 Estrutura

20 Fundamentação Teórica

22 Vivência Pedagógica I - Liderança Interpessoal na Escola

26 O autoconhecimento: um fator determinante no contexto das relações humanas

27 A auto-estima: importante fator de sucesso

31 Vivência Pedagógica II - Aperfeiçoando o líder em si mesmo

e sua equipe

33 A comunicação como facilitadora das relações (inter) pessoais

34 A motivação: elemento propulsor da liderança interpessoal

37 Referências do Módulo

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Apresentação

Indicado para leitores que buscam avidamente novas fronteiras do conhecimento na tentativa de oferecer o melhor serviço educacional à sociedade, este módulo representa um importante aliado como instrumento potencializador de habilidades e competências necessárias a esse fim.

Imersos em fortes transformações, socioeconômicas, políticas e tecnológicas, vivemos em contextos mais complexos, dinâmicos e exigentes; sendo necessário incorporar outros saberes, desenvolver novas competências ou aprimorar as já existentes.

A liderança, nesse contexto, exige uma constante busca de aperfeiçoamento para acompanhar o ritmo cada vez mais veloz de mudanças imprevisíveis que notificam o mundo moderno. O presente estudo trata do líder em conexão com as inúmeras facetas que perpassam as relações humanas, incluindo a percepção do outro em sua singularidade, a troca de afetos e a colaboração social em detrimento da competição predatória.

Certamente, este módulo não esgota todas as dimensões do assunto, mas contribui de modo prático com os leitores interessados na busca da excelência profissional e pessoal.

Objetivo

Aprimorar competências relativas à dinâmica das lideranças interpessoais que permeiam o mundo educacional.

Estrutura

Este módulo foi elaborado por uma equipe preocupada com um modelo de educação diferenciado, inovador e que busca a valorização da diversidade e a singularidade apresentada por cada indivíduo, acreditando que a partir desta concepção o processo educativo se torne mais agradável, produtivo e harmonioso.

O Módulo está estruturado em duas Vivências Pedagógicas:

Vivência Pedagógica I: Liderança Interpessoal na escola

Objetivo: discutir a importância do autoconhecimento e da auto-estima para a melhoria das relações interpessoais na escola, através de dinâmicas e exposição co-participada de conteúdo.

Vivência Pedagógica I: Aperfeiçoando o líder em si mesmo e sua equipe

Objetivo: discutir o impacto dos processos de comunicação e da motivação na prática da liderança interpessoal.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Fundamentação Teórica

Liderança Interpessoal na Escola

Como o próprio termo descreve, liderança interpessoal é o exercício da liderança na imbricada rede de relações humanas a que estamos circunstancialmente envolvidos, inclui liderar a si mesmo, a outros e aos processos operacionais ligados às funções dos membros de uma organização (administrativo, financeiro etc.) que, no presente estudo, é a escola.

Antunes (2004, p. 78) esclarece que

as relações interpessoais são um conjunto de procedimentos que, facilitando a comunicação e a linguagem, estabelece laços sólidos nas relações humanas. É uma linha de ação que visa, sobre bases emocionais e psicológicas, criar um clima favorável à organização (escola) e garantir, por uma visão sistêmica e integrada de todo pessoal, uma colaboração confiante e pertinente.

No trabalho ou em qualquer área de atuação estamos sempre nos relacionando com pessoas que têm sonhos, valores, pensamentos e sentimentos distintos que muitas vezes não são respeitados ou considerados. Ellinor e Gerard (1998, p. 63) destacam

que o fato de cuidarmos dos resultados de nosso trabalho e não do meio de obtê-lo através do trabalho com outros, compromete o alcance daqueles, uma vez que é a qualidade de nossos relacionamentos que faz a diferença crítica na obtenção dos resultados que buscamos. Nossos relacionamentos com outros são freqüentemente a última coisa na qual nos concentramos de forma consciente. No afã de completarmos o trabalho, podemos não perceber os danos que causamos a alguns dos nossos mais importantes relacionamentos.

Assim, para que se desenvolva uma liderança interpessoal qualitativa é preciso dispensar especial cuidado às relações que se firmam entre os sujeitos, em função de suas peculiaridades socioculturais e étnicas, buscando construir níveis mais e mais profundos de confiança e respeito mútuos. Confiança e respeito têm relação direta com atitudes e valores correspondentes sobre outras pessoas (ELLINOR E GERARD, 1998, p. 62).

Em relação à educação na sala de aula, o psicólogo e escritor Daniel Goleman (1999) e autores influenciados por ele falam da importância de "educar" as emoções e auxiliar os educandos a se tornarem aptos para lidar com frustrações, negociar com outros, reconhecer as próprias angústias e medos etc. Para que os alunos desenvolvam sua capacidade de lidar com as emoções (Inteligência Emocional), uma das premissas básicas é a necessidade de que o professor também desenvolva sua própria inteligência emocional, posto que aquilo que o professor ensina em sua prática docente está

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


embebido por sua própria personalidade. Desse modo, essa inteligência é uma das variáveis que melhor explicam a criação de uma aula emocionalmente inteligente.

É bem verdade que em quaisquer grupos sociais como na família, na igreja, no trabalho, na escola etc. as pessoas vão internalizando, consciente ou inconscientemente, formas de pensar e de sentir dos companheiros, e também de como esses aspectos estão relacionados à sua própria maneira de ser. Como assinala Chiavenato (1987, p.191)

cada individuo é uma personalidade altamente diferenciada que influi no comportamento e atitudes dos outros com quem estabelece contato e é, por outro lado, igualmente influenciado pelos outros. Cada indivíduo procura ajustar-se a outros indivíduos e/ou grupos em busca de compreensão, aceitação e participação, no sentido de atender seus interesses e aspirações imediatas.

No cotidiano escolar, a maneira como as pessoas lidam com as diferenças individuais cria um certo clima entre elas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de comunicação, no relacionamento interpessoal e no alcance dos objetivos escolares.

A realidade mostra a parcela de responsabilidade que cada indivíduo tem nos eventos interpessoais. Como aponta Moscovici (2001), não há processos unilaterais na interação humana: tudo que acontece no relacionamento interpessoal decorre de duas fontes: eu e outros. Quando surgem os conflitos, cada envolvido precisa ter consciência de sua participação, empenhando-se em conjugar energias com os outros na busca do consenso, ou se possível evitar o conflito. Com frequência, as pessoas esperam mudanças nas situações adversas ou nos outros para que elas mudem seu comportamento, quando elas próprias poderiam mudar em relação aos seus pares ou às circunstâncias desfavoráveis. Não raras vezes, elas não se reconhecem como agentes de transformação.

Nesse sentido, o estabelecimento de relações empáticas com o outro, posicionando-se verdadeiramente no lugar daqueles com os quais se convive, entendendo-os e percebendo seus sentimentos, intenções e mensagens não verbalizadas contribui para o envolvimento dos sujeitos em direção a uma cultura de parceria. Para que se estabeleçam boas relações interpessoais, é fundamental respeitar as pessoas com as quais se interage e aprender a escutá-las antes de defender os pontos de vista pessoais, muitas vezes saturados de preconceitos errôneos (Peterson, 2003).

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Vivência Pedagógica I:

Liderança Interpessoal na Escola

Objetivo: discutir a importância do autoconhecimento e da auto-estima para a melhoria das relações interpessoais na escola.

Pauta

n Apresentação 5'

n Dinâmica: escolhas e relações interpessoais 35'

n Exposição co-participada 40'

n Atividade prática 40'

n Encerramento 5'

n Avaliação 10'

Duração: aproximadamente 2h15´

Público-alvo: comunidades escolar e local

Habilidades requeridas para os mediadores: comunicação clara, objetiva, domínio de conteúdo e dos recursos audiovisuais.

Recursos necessários:

n cartaz com pauta em "flip chart" (cavalete);

n "datashow", aparelho retroprojetor ou folha metro;

n lâminas de transparências;

n folhas de papel ofício;

n lápis preto e borracha;

n canetas;

n fichas de avaliação.

Dinâmica: Escolhas e relações interpessoais

Objetivo: discutir aspectos pessoais e interpessoais no processo de interação grupal.

Duração: 30´

Materiais necessários: sem uso de materiais.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Desenvolvimento

O mediador

n solicita aos participantes que circulem lentamente pela sala e, ao seu comando, escolham companheiros para formarem tríades (conjunto de três pessoas);

n convida cada tríade a analisar, entre si, como foi feita a escolha. Sugestões de quesitos a serem abordados: quem escolheu quem, expectativas de escolher e ser escolhido, sentimentos de quem escolheu e do escolhido, satisfações, frustrações, sentimentos aqui-e-agora na tríade formada. Outros aspectos pessoais e interpessoais podem ser também tratados;

n orienta os participantes a desfazerem as tríades e a voltarem aos lugares anteriores à formação das tríades. Durante alguns minutos, cada um deve pensar na experiência vivida, sem falar;

n solicita que os participantes formem novas tríades, ou seja, cada uma composta de membros diferentes da primeira;

n reorienta-os a examinar o processo dessa segunda escolha, analisando aspectos pessoais e interpessoais pertinentes.

n convida os participantes a retornarem aos lugares anteriores, onde discutirão esta segunda experiência.

n solicita que eles circulem devagar pela sala para formar tríades, livremente e repitam, então, o processo de exame conjunto da formação desta tríade final.

n sugere que os participantes analisem e discutam as experiências vividas, comparando-as, indicando sentimentos, "insights" (percepções) e aprendizagens a respeito de si, dos outros, e dos processos de grupo.

Exposição co-participada

Objetivo: discutir a relevância do autoconhecimento e da comunicação como dinamizadores da liderança interpessoal.

Duração: aproximadamente 40´.

Materiais necessários: retroprojetor, datashow, transparências ou flip chart.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Desenvolvimento: o mediador explanará o assunto, estabelecendo interação com o público para o fomento de pareceres, experiências, esclarecimentos etc.

Nota: O mediador encontrará textos de apoio seguindo a apresentação das transparências (p. 8-12).

Transparência 1

Transparência 2

Transparência 3

Transparência 4

A liderança motiva e inspira as pessoas a trabalhar juntas

na conquista de objetivos comuns.

D'SOUSA, 1996

Material adaptado pela equipe PGP/LIDERE

A liderança, como ciência e como arte, implica inter-relacionamento.

D'SOUSA, 1996

Material elaborado pela equipe PGP/LIDERE

Autoconhecimento é um permanente diálogo consigo mesmo, levando-nos ao conhecimento de nossa própria humanidade.

CURY, 2001

Material elaborado pela equipe PGP/LIDERE

A auto-estima é a capacidade de sentirmos a vida, estando de bem com ela. A auto-estima fortalece, dá energia e motivação.

MAINARDI, 2004.

Material elaborado pela equipe PGP/LIDERE

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Textos de apoio

Esta era de grandes turbulências sociais requer líderes, especialmente líderes capazes de integrar os objetivos dos diversos grupos que vivem no ambiente interdependente de hoje. Nessa concepção, a liderança pode definir-se como um conjunto de processos que orientam as pessoas e os grupos em uma determinada direção aos resultados da excelência e aprendizagem organizacional, primordialmente por meios não coercitivos.

Para Hilsdorf (2004), liderança é, em última instância, a capacidade de influenciar pessoas, ele afirma que

nós, em maior ou menor proporção, estamos influenciando e sendo influenciados a todo o instante. Dentro da lógica cultural que se estabelece nos princípios da educação familiar, essa lógica ganha continuidade na escola e torna-se uma característica constante na vida social e profissional. (HILSDORF, 2004, em www.rhcentral.com.br/artigos/abre_artigo.asp?cod_tema=925)

Binato (2004) sublinha que a liderança tem a ver com dar a direção, mostrar o caminho, preparar pessoas, fazer escolhas, decidir e, muito importante, saber ouvir. Destaca que o tema "liderança" há tempos tem suscitado muito interesse, principalmente nos dias atuais, quando entramos na era do conhecimento e o elemento chave do sucesso das organizações institucionais passou a ser os seus colaboradores, ou seja, como eles podem ser levados a atingir objetivos organizacionais e pessoais, e não mais o capital, uma vez que são detentores do conhecimento em diferentes níveis.

Durante anos, o poder econômico e a posse dos meios de produção se destacaram como os recursos mais estratégicos das organizações. No entanto, desde meados da década de 80 até os dias de hoje, percebe-se que o fator crítico de êxito, o elemento estratégico, o "capital" que determina o sucesso ou o fracasso de uma organização deixou de ser o econômico, e passou a ser o humano. Este se tornou o diferencial nas organizações na medida em que passou a deter o conhecimento, principalmente a partir da abertura dos mercados e da evolução tecnológica. Esse tem sido o pano de fundo que vem acompanhando o tema há algum tempo.

Muitas pessoas se mostram líderes natas, parecem que nasceram para liderar e isso não tem nada de errado. O fato é que, alguns dos que se postam ao lado dessas pessoas, acham que jamais serão líderes e isso os desanima; ao passo que outros se inspiram a imitar-lhes o exemplo.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Antes de liderar o mundo exterior, entretanto, convém liderar o interior, ou seja, o mundo intrapsíquico. Isso implica na prática coerente da tolerância, em pensar antes de reagir/responder, agir sobriamente nos focos de tensão, enfim, no exercício permanente do controle emocional.

Padilha (2004) assinala que o líder eficaz mobiliza seus liderados na participação ativa em torno dos interesses organizacionais, transforma em objetivos próprios as emoções dos liderados, aproveitando as oportunidades de seu tempo, esperanças, medos, frustrações, crises e potencialidades. É bem-sucedido quando a ação conjunta da equipe prepara o caminho, quando seus liderados estão esperando para serem mobilizados, quando podem oferecer idéias esclarecedoras e organizativas.

As constantes mudanças e conflitos no ambiente de trabalho exigem comunicação e, conseqüentemente, maior habilidade para o repasse de informações; o que significa manter as pessoas informadas através dos comunicados internos, de reuniões ou de contatos individuais, dando e recebendo "feedback", explicando decisões políticas com franqueza e transparência. Nessa perspectiva, o líder tem um papel preponderante como comunicador, devendo expressar de forma clara as crenças e os valores do ambiente em que atua.

Padilha (2004) acrescenta que é necessária a combinação com outras qualidades pessoais, como espírito democrático, saber trabalhar em equipe, pois ele terá que

agir de uma forma natural e espontânea; devendo ter caráter, carisma e muita paciência para ouvir e compreender os problemas das pessoas e da organização; demonstrando flexibilidade de modo a estar acessível a todos e saber lidar com as diferentes personalidades e estereótipos, como também ser amigo de seus colaboradores. (PADILHA, 2004, em www.pr.gov.br/batebyte/edicoes/2003/bb/32/index.shtml)

É necessário ao líder compreender os seus próprios valores, onde quer chegar e os caminhos que precisa percorrer. Isso requer uma compreensão dos motivos que o levaram assumir o cargo atual, assim como as expectativas que seus colaboradores lhe dirigem.

O tópico seguinte discute aspectos essenciais para o exercício de uma liderança interpessoal que atenda aos diferentes desafios do cotidiano escolar, a saber: o autoconhecimento e a auto-estima. Esses aspectos retomam reflexões anteriores, reforçando, assim, conceitos e princípios que perpassam o tema; além de incorporar novos saberes.

O autoconhecimento: um fator determinante no contexto das relações humanas

O autoconhecimento é uma das condições necessárias para construir relações sociais saudáveis. Na verdade, é preciso entender que para ser um líder, antes de qualquer coisa, é necessário entender de gente. E o primeiro passo para entender os outros é entender a si mesmo.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Para Maciel (2001), o autoconhecimento acontece quando o sujeito se debruça numa reflexão sobre si mesmo. Ele olha a si mesmo como se fosse um outro, colocando-se como um objeto de análise em um movimento sem fim. Leva-nos a reconhecer falhas, erros, potencialidades, qualidades; assim, sabendo quais são os limites pessoais, pode-se cultivar relacionamentos interpessoais equilibrados.

Cury (2001) considera que uma das maiores explorações do homem, senão a maior delas, é a exploração de si mesmo, do seu próprio mundo intrapsíquico (mundo interior). Essa exploração significa uma prática de interiorização que leva o indivíduo a questionar seus paradigmas socioculturais, a trabalhar com maturidade as dores, perdas e frustrações, a desenvolver a consciência crítica; em suma, uma introspecção em que o homem procura por si mesmo e conhece um pouco mais de si.

Dessa forma, ele passa a conhecer melhor o outro através da sua humanidade, percebe que ela é falha, que tem limites, que o outro possui desejos e prioridades

que diferem dos seus, facilitando, assim, a compreensão dos motivos e sentimentos que se escondem por trás do véu de seu comportamento, o que ameniza as possibilidades de situações conflitivas.

A escola se constitui num caldeirão de culturas das mais diversas. Todos que nela se encontram carregam uma carga histórica que determina seu modo de pensar e agir, cada qual de sua própria maneira. O respeito e a valorização dessa particularidade através do autoconhecimento e do contato social são imprescindíveis ao exercício da liderança interpessoal.

Isso posto, todos aqueles que estão sujeitos ao escaldante calor das pressões sociais dentro da escola, podem minorar divergências relacionais caso se empenhem em se autocompreenderem, em outras palavras, evitam-se sérios problemas interpessoais quando se se autoconhece.

Vale acrescentar que, como um dos pilares centrais da liderança interpessoal, o autoconhecimento é fundamental para desenvolver o amor por si mesmo (a) e fortalecer a auto-estima. Esta se constitui assunto de análise para o tópico seguinte, dada sua importância na esfera das interações humanas.


A auto-estima: importante fator de sucesso

Em simples dizer, a auto-estima é o modo como cada indivíduo pensa a si mesmo, o que configura a natureza de sua relação com a realidade.

A auto-estima se forma a partir das primeiras experiências infantis. A criança percebe no olhar e na expressão amorosa dos pais ou educadores que está recebendo atenção, que

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


aqueles que a cercam se encantam e se preocupam com ela. Se esse processo for feliz, a criança, mesmo não sendo linda e tão inteligente como outras, sente-se segura e vai tentar de qualquer maneira usar todo seu potencial para manter intacta a auto-estima que já conquistou. Com o desenvolvimento da personalidade, a auto-estima poderá oscilar de acordo com as situações e, principalmente em como o indivíduo se sentirá em relação a situações.

Um dos desafios de qualquer profissional é cultivar permanentemente uma elevada auto-estima, especialmente professores que, na sua maioria, não gozam de privilégios sociais à altura de sua função social, têm pouco ou nenhum reconhecimento pela sociedade, deparam-se com a estagnação salarial e, em alguns casos, esbarram na insuficiência de condições físicas e/ou materiais necessárias ao desempenho de seu trabalho, enfim, por se defrontarem com fatores contrários à manutenção da elevada auto-estima.

Esta é construída através de uma auto-imagem positiva. A auto-imagem, como se sabe, é a forma como cada um se vê, como o indivíduo "se pinta". E a imagem que cada um tem de si mesmo é, em grande parte, reflexo daquilo que os outros pensam sobre nós; em outras palavras:

a imagem que cada um tem de si mesmo é em grande parte o que queremos que os outros pensem sobre nós; e a forma como cada um se pensa vai determinar a sua relação com a realidade, como vai (re)agir ao mundo. (AGUILÓ, 2003, em www. paginaseducacao. no.sapo.pt/motivacao.htm.)

Nessa perspectiva, o indivíduo que se considera incapaz de efetuar determinada atividade, enfrenta uma disposição mental negativa que pode condicioná-lo à inoperância; o contrário também é válido: percebendo-se apto, terá fortes possibilidades de conseguir.

Nas relações humanas presentes na escola, como: professor-aluno, gestor-funcionário, gestor-professor etc. é importante que esses agentes atentem para o elemento comunicacional como meio de elevação e manutenção da auto-estima de seu interlocutor.

Nessa análise, a crítica deve ser feita com muito tato. As pessoas não podem ser criticadas publicamente, ainda que elas estejam erradas; esse procedimento pode comprometer seu desempenho intelectual e sua auto-estima. Elas necessitam, sim, serem publicamente elogiadas e particularmente criticadas.

E, consequentemente, as pessoas estarão relacionando-se tão melhores com outras quanto melhor estiverem consigo mesmas.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Atividade prática

Objetivo: aprimorar competências necessárias à melhoria das relações humanas.

Duração: aproximadamente 40'

Material necessário: papel e caneta

O mediador

n convida os participantes a formarem grupos de no máximo 05 integrantes;

n solicita que cada grupo elabore uma situação-problema vinculada às relações humanas;

n orienta os grupos que troquem de situação para que outro grupo apresente uma possível solução;

n propõe que cada grupo selecione um integrante que o representará na explanação da situação e a atitude necessária à solução.

n Intervirá à medida que as possíveis soluções forem apresentadas, comentando as soluções ou formulando outras possíveis, como também instigando os demais grupos a opinarem novas soluções.

Avaliação

Objetivo: coletar impressões sobre a vivência pedagógica, visando aperfeiçoamento da atividade.

Material necessário: folhas de papel e caneta .

Desenvolvimento

O mediador

n Orienta os participantes a listarem 3 aspectos temáticos aprendidos ou reforçados pela vivência, os quais podem ser úteis em suas relações familiares, profissionais e/ou sociais;

n Solicita, também, que os participantes apontem (escrevam) aspectos teóricos e/ou práticos no desempenho dos mediadores que podem ser aperfeiçoados.

n Propõe que alguns participantes socializem o que listaram, comentando-as;

n Recolhe os papéis e agradece a participação.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Referências

AGUILÓ, Alfonso. Motivação. Net, [s.d.], [s.l.]. Disponível em: <www.paginas educacao.no.sapo.pt/motivacao.htm.> Acesso em: 08 de agos 2004. Tradução Ana Palma.

BINATO, Luiz. Qual o caminho da liderança? Net, São Paulo, 2004. Disponível em:< www.facioliconsultoria.com.br/mostra_conteudo=5225 >. Acesso em 12 de jul 2004.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da Administração. 3. ed. São Paulo: Mc Graw-Hill, 1987.

CURY, Augusto Jorge. Inteligência Multifocal: análise da construção dos pensamentos e da formação de personalidades. São Paulo: Cutrix, 2001.

ELLINOR, Linda e GERARD, Glena. Diálogo: redescobrindo o poder transformador da conversa, criando e mantendo a colaboração no trabalho. São Paulo: Futura, 1998.

FRITZEN, Silvino José. Relações Humanas Interpessoais. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

HILSDORF, Carlos. Liderança - a magia da transformação. Net, São Paulo [s.d.]. Disponível em: <www.rhcentral.com.br/artigos/abre_artigo.asp?cod_tema=925. >. Acesso em 12 de jul 2004.

MACIEL, Ira Maria (Org). Psicologia e Educação: novos caminhos para a formação. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2001.

MAINARD, Sandra Marilize. O que é auto-estima? Net, [s.l.], [s.d.]. Disponível em http://www.ilv.com.br/noticias/2004/11novembro/portal/autoestima/oquee.htm Acesso em 31 de jan 2005.

PADILHA, Magno Garret. Liderança - parte I. Net, Paraná, jun/2003. Disponível em: <www.pr.gov.br/batebyte/edicoes/2003/bb/32/index.shtml.>. Acesso em 19 de jul 2004.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Vivência Pedagógica II:

Aperfeiçoando o líder em si mesmo

Objetivo: discutir o impacto dos processos de comunicação e da motivação na prática da liderança interpessoal.

Pauta

n Apresentação 5'

n Dinâmica: "quadrado humano" 30'

n Exposição co-participada 50'

n Dinâmica dos balões 20'

n Avaliação 10'

n Encerramento 5'

Público-alvo: comunidades escolar e local.

Habilidades requeridas para os mediadores: comunicação clara, objetiva e domínio de conteúdo e dos recursos audiovisuais.

Duração: aproximadamente 2h

Recursos necessários: cartaz com pauta das atividades em "flip chart" (cavalete), "datashow" ou aparelho retroprojetor, transparências, folhas de papel ofício, canetas e balões, cd, aparelho de som, giz e faixas de tecido.

Dinâmica: "quadrado humano".

Objetivo: identificar atitudes de liderança dos participantes na ação conjunta para a formação do quadrado.

Duração: 30'

Materiais necessários: giz e faixas de tecido.

Desenvolvimento.

O mediador

n propõe a quatro participantes que permaneçam como observadores da dinâmica;

n solicita que os participantes utilizem as faixas para vendar os olhos uns dos outros, colaborando com os componentes.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


n orienta-os a se alinharem lateralmente (de mãos unidas), formando uma "corrente";

n mobiliza os participantes para tentarem formar um quadrado, mantendo a "corrente";

n solicita que um dos observadores trace com o giz (no chão) a formação do grupo, verificando se foi alcançado o objetivo;

n solicita a retirada das faixas e a avaliação dos resultados, enfocando a conduta de liderança revelada ou não por cada componente.

Exposição co-participada

Objetivo: discutir a importância da comunicação e da motivação na melhoria das relações humanas.

Duração: aproximadamente 50'

Material necessário:

n transparências;

n retroprojetor ou datashow.

Desenvolvimento.

Utilizar as transparências 1 e 2 para discutir o impacto da comunicação e motivação interpessoais no convívio social.

Nota: O mediador encontrará textos de apoio seguindo a apresentação das transparências (p. 16-18).

Transparência 1

Transparência 2

A comunicação

· Ponto de partida para as relações interpessoais.

· Fonte de compreensão ou incompreensão.

Material elaborado pela equipe PGP/LIDERE

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.

Motivação: estado interior que estimula, direciona e mantém o comportamento.

Material elaborado pela equipe PGP/LIDERE


Textos de apoio

A comunicação como facilitadora das relações interpessoais.

A facilidade de acesso e disponibilidade da tecnologia ajudam a criar ambientes atualizados e competitivos; entretanto, muitas vezes levam as pessoas à perda do "calor humano", das pequenas atenções e cuidados diários que perfazem a síntese de uma vida social construtiva.

Não obstante, a maneira como os indivíduos se relacionam é fator indispensável para que haja convivência social produtiva. Nesta, a comunicação interpessoal depende da atuação direta de indivíduos socioculturalmente distintos, operando através de uma rede complexa de relacionamentos dependentes.

Um clima de cooperação em que a crítica é encarada como uma forma de crescimento interpessoal é tão importante quanto necessária. A boa comunicação transmite mensagens claras, que concorrem para que as pessoas trabalhem produtivamente e de forma harmoniosa, sem incompreensões e interpretações equivocadas. (PADILHA, 2004, em www.pr.gov.br/batebyte/edicoes/2003/bb/32/index.shtml).

Nos dias de hoje, saber comunicar-se é elemento chave para quem deseja ter êxito em qualquer dimensão da existência humana. Paradoxalmente, constata -se ineficiência comunicacional em instituições de ensino, muito embora sejam compostas de profissionais intelectualmente bem preparados.

Muitas pessoas acreditam que a comunicação verbal ou escrita se restringe ao ato de falar ou escrever, quando representa, sobretudo, fazer-se entender. Ou seja, para que haja uma comunicação clara e precisa é indispensável que o interlocutor compreenda a mensagem. Por isso é necessário certificar-se se o ouvinte compreendeu plenamente o que foi dito ou escrito.

Pode-se acrescentar, no sentido mais amplo do termo, que a comunicação eficaz envolve a prática de uma escuta sensível, em que o ouvinte tenta apreender os sentimentos não verbalizados de forma imparcial, isto é, sem idéias preconcebidas, pois quem não sabe ouvir as pessoas, também não será ouvido. O efeito individual e cumulativo dessas dimensões na comunicação é o que vai garantir sua eficácia.

Como pedra basilar da comunicação interpessoal, está o diálogo; traduzido em conversas ponderadas e reflexivas. Um dos mais significativos benefícios do diálogo é a redução do

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


ritmo das conversações nos grupos sociais cuja aceleração é intensificada pelo ritmo de vida da sociedade moderna. Ellinor e Gerard (1998, p. 98) enfatizam que,

Para enfrentarmos os desafios atuais, devemos explorar a criação de climas que sustentem o desenvolvimento de relacionamentos de qualidade e as formas de darmos atenção mais consciente aos meios de realização de nosso trabalho em conjunto. Uma prática de comunicação como o diálogo pode desempenhar um papel vital no desenvolvimento de ambas essas capacidades.

Não poderia deixar de ser mencionado o valor da confiança para que a comunicação se torne efetiva. A fim de que o professor conquiste a confiança de seus alunos, é preciso que ele crie um ambiente no qual os educandos possam se comunicar francamente com seu mestre; como também sua forma de se comunicar tem importância vital para a eficiência do aprendizado de sua classe.

De igual modo é fundamental que o gestor mantenha em sua escola boas vias de comunicação, compreensão mútua e obrigações compartilhadas em todos os níveis de atuação da instituição. Suas mensagens precisam traduzir a certeza. Da portaria à direção, todos necessitam de se fazer entender, sem equívocos ou distorções; do contrário, ela [ a comunicação] pode tornar-se uma geradora de conflitos.

Dessa forma, os atores sociais presentes nas escolas podem encontrar no processo de comunicação um meio de otimizar as relações interpessoais, permitindo, inclusive, alavancar estados motivacionais necessários à execução das funções. A motivação se revela, nessa perspectiva, um tema a ser analisado.

A motivação: elemento propulsor da Liderança Interpessoal

Outro fator importante na liderança interpessoal é a motivação. Todos os dias as pessoas se defrontam com obstáculos pessoais e profissionais que dificultam o trabalho. Mas, olhando por outro prisma, são esses mesmos empecilhos (desafios) que enriquecem a vida de cada indivíduo, porque o impele a que se torne melhor para poder superá-los. Cada meta pode ser concebida como algo de grande e positivo que podemos e devemos conquistar.

Por isso, nas pessoas motivadas sempre há "alguma coisa" que lhes permite obter satisfação

onde os outros não a encontram; outros, porém, geralmente são motivados mais por fatores externos e recompensas financeiras do que pela satisfação no trabalho ou pela necessidade de auto-realização.

Em muitos ambientes, especialmente naqueles voltados para atividades profissionais, a tendência de se emocionar é considerada uma fraqueza. Isso é um erro, uma vez que a emoção está profundamente relacionada à motivação - fator indispensável ao comprometimento com a produtividade no trabalho escolar.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Em seu livro "Inteligência Emocional", Daniel Goleman popularizou a descoberta da Inteligência Emocional, como mais importante para o sucesso na vida do que o Quociente de Inteligência (QI). Pode-se, assim, valorizá-las na qualidade de instrumentos de crescimento e realização pessoal (GOLEMAN, 1999, p. 63), especialmente ao professor que se envolve cotidianamente com o processo de ensino e aprendizagem, visto que o ato de ensinar, como declarou Freire (1992), é um ato de amor, ou seja, não há aprendizagem sem afetos, sem uma postura empática do professor em relação ao aluno, compreendendo-o em suas particularidades socioculturais e criando uma relação rica de afetos nos limites da ética profissional.

Numa prática mais abrangente, para tecer relações pessoais harmoniosas e saudáveis na escola, a comunidade precisa refletir sobre a importância dessas inteligências. Nesse sentido, sobre aqueles que assumem posição de liderança repousa especial responsabilidade de ensinar, por palavra e exemplo, a como lidar com a emoção em diferentes situações, principalmente nos focos de tensão. Como recomenda Moscovici (2001, p. XVII, prefácio), é preciso ensinar às pessoas a lidarem com as pessoas; e, quanto maior for o nível de hierarquia e de responsabilidade de cada um, tanto mais imperioso será estabelecer e consolidar essa habilidade.

Isso exige dos líderes maturidade psicológica e afetiva, a qual se alcança através de anos de experiências, de estudos e reflexões dessas experiências, bem como de assuntos ligados à natureza humana.

Aos gestores escolares repousa a incumbência de apontar aos seus coordenados a melhor forma de empregarem sua energia motivacional no cumprimento de seus deveres. Atentando, porém, para o fato de que cada pessoa é motivada de maneira completamente distinta da outra, o mesmo pensamento é válido na relação professor-aluno, isto é, cada aluno possui razões particulares que o motivam, muitas das quais se entrelaçam (possuem motivações em comum).

Um dos mais poderosos meios de motivar os agentes educacionais (professor, aluno etc.) é por meio do reconhecimento, especialmente o público. Todavia, nem todos desejam esse tipo de reconhecimento. Alguns preferem por escrito, outros pela comunicação face a face ou em uma situação específica como num almoço, numa confraternização etc. (BRANHAM, 2002, p.243).

É valioso que os líderes educacionais atinem para o valor do desenvolvimento de significado compartilhado e consenso na busca de investimento dos envolvidos na dinâmica escolar, uma vez que as pessoas trabalham mais motivadas quando participam na tomada de decisões que lhes afetam.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Dinâmica dos Balões:

Objetivo: propiciar um momento de descontração e reflexão sobre a Vivência Pedagógica.

Material necessário: balões, papel ofício, caneta, cd e aparelho de som.

Desenvolvimento.

O mediador

n distribui um pequeno pedaço de papel e um balão para cada participante;

n solicita que cada um escreva no papel uma mensagem em relação à vivência, coloque-a no balão e o encha;

n coloca uma música animada e pede aos participantes que, no ritmo da música, movimentem-se jogando o balão para cima, tomando cuidado para ele não cair;

n diminui o som da música até parar, e logo solicita aos participantes que cada um pegue um balão, estoure e leia a mensagem.

n sugere que as pessoas socializem suas mensagens e comentem a dinâmica;

n finaliza a atividade e agradece a presença de todos.

Avaliação

Objetivo: coletar impressões sobre a vivência pedagógica, visando aperfeiçoamento da atividade.

Material necessário: folhas de papel e caneta .

Desenvolvimento

O mediador

n orienta os participantes a listarem 3 aspectos temáticos aprendidos ou reforçados pela vivência, os quais podem ser úteis em suas relações familiares, profissionais e/ou sociais;

n solicita, também, que os participantes apontem (escrevam) aspectos teóricos e/ou práticos no desempenho dos mediadores que podem ser aperfeiçoados.

n propõe que alguns participantes socializem o que listaram, comentando;

n recolhe os papéis e agradece a participação.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Referências

BRANHAM, Leigh. Motivando as pessoas que fazem a diferença: 24 maneiras de manter o talento de sua empresa. Rio de Janeiro: Campus, 2002. Tradução Adriana Rieche.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia - Saberes Necessários à Prática Educativa. 15. ed. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1996.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: uma teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. São Paulo: Objetiva, 1999.

MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento Interpessoal: treinamento em grupo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001.

PADILHA, Magno Garret. Liderança - parte I. Net, Paraná, jun/2003. Disponível em: <www.pr.gov.br/batebyte/edicoes/2003/bb/32/index.shtml.>. Acesso em 19 de jul 2004.

Referências do Módulo

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da Administração. 3. ed. São Paulo: Mc Graw-Hill, 1987.

CURY, Augusto Jorge. Inteligência Multifocal: análise da construção dos pensamentos e da formação de personalidades. São Paulo: Cultrix, 2001.

_______________. O mestre do Amor. Coleção Análise da Inteligência de Cristo. São Paulo: Academia de Inteligência, 2002.

BENNIS, W.; SPREITZER, G. M.; CUMMINGS, T. G. O futuro da liderança: uma coletânea com idéias dos maiores líderes da atualidade. São Paulo: Futura, 2001.

BRANHAM, Leigh. Motivando as pessoas que fazem a diferença: 24 maneiras de manter o talento de sua empresa. Rio de Janeiro: Campus, 2002. Tradução Adriana Rieche.

D'SOUSA, Anthony. Torne-se um líder. Estratégias para uma liderança efetiva - 1. São Paulo: Loyola, 1996.

ELLINOR, Linda e GERARD, Glena. Diálogo: redescobrindo o poder transformador da conversa, criando e mantendo a colaboração no trabalho. São Paulo: Futura, 1998.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia - Saberes Necessários à Prática Educativa. 15. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FRITZEN, Silvino José. Exercícios Práticos de Dinâmica de Grupo. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.

_____________. Relações Humanas Interpessoais. Petrópolis: Vozes, 2001, 12. ed.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: uma teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. São Paulo: Objetiva, 1999.

MACIEL, Ira Maria (Org). Psicologia e Educação: novos caminhos para a formação. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2001.

MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento Interpessoal: treinamento em grupo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001.

Sites Consultados

BINATO, Luiz. Qual o caminho da liderança?. Net, São Paulo, 2004. Disponível em:< www.facioliconsultoria.com.br/mostra_conteudo=5225 >. Acesso em 12 de jul 2004.

HILSDORF, Carlos. Liderança - a magia da transformação. Net, São Paulo [s.d.]. Disponível em: <www.rhcentral.com.br/artigos/abre_artigo.asp?cod_tema=925. >. Acesso em 12 de jul 2004.

MAINARD, Sandra Marilize. O que é auto-estima?. Net, [s.l.], [s.d.]. Disponível em http://www.ilv.com.br/noticias/2004/11novembro/portal/autoestima/oquee.htm Acesso em 31 de jan 2005.

PADILHA, Magno Garret. Liderança - parte I. Net, Paraná, jun/2003. Disponível em: <www.pr.gov.br/batebyte/edicoes/2003/bb/32/index.shtml.>. Acesso em 19 de jul 2004.

PETERSON, Gisele C. D. S. Vivendo melhor estabelecendo relações mais positivas. Net, SP, jun/2004. Disponível em: <www.centrorefeducacional.pro.br/relacpos1.htm.> Acesso em 03 agosto de 2004.

AGUILÓ, Alfonso. Motivação. Net, [s.d.], [s.l.]. Disponível em: <www.paginaseducacao.no.sapo.pt/motivacao.htm.> Acesso em: 08 de agos 2004,. Tradução Ana Palma.

AGUIAR, Maurício. Aprendizagem Emocional. Net, [s.l.], set/1997, nº 34. Disponível em: < www.golfinho.com.br/artigo/artigodomes0299.htm.> Acesso em 08 de agos 2004.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 17-38, mai./jun.2005.


Implantação da

Lei 10.639/03

Com solenidade realizada no dia 25.05.2005 no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Secretaria Municipal da Educação celebrou o dia da África e o cumprimento do que manda a Lei nº10.639/2003 que tem como principal objetivo: desenvolver na Rede Municipal de Ensino, as Diretrizes Curriculares Nacionais e Locais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica.

Foi o coral da Casa Pia Órfão de São Joaquim que entoando o hino da África fez a abertura da solenidade na qual reuniu além do anfitrião, professor Naomar de Almeida Filho, reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o prefeito de Salvador, João Henrique Barradas Carneiro, a secretária municipal de Educação, professora Maria Olívia Santana, o titular da Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, doutor

Ricardo Henriques, além de representantes de ONGs, de entidades do movimento negro, professores, doutores e coordenadores de ensino, o público em geral. A professora Maria Olívia foi enfática na sua fala, chamando a atenção dos presentes que a da Lei nº 10.639/2003 não vem para subtrair a euroetnia, já existente, mas adicionar a afroetnia com conteúdos de saberes da aprendizagem, transformar a prática da escola.

Em outro momento, o magnífico reitor enfatizou ter a Lei nº10.639/2003 um olhar diferenciado na L.D.B., e adotá-la, não é obrigação, mas sobretudo um compromisso étnico; a escola assumindo a nossa identidade cultural, vai gerar transformação de mentalidade capaz de mudar a postura de um povo cujo conhecimento de sua história permaneceu escondido por muito tempo. Compreender como nos tornamos o que somos, hoje, principalmente aqui na Bahia, é uma necessidade.

Regina Maria de Sousa Fernandes. Licenciada em Letras, UCSAL. Bolsista Finep. Especialista em Pesquisas Educacionais, USP.

E-mail: reginapretta@uol.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 39-40, mai./jun.2005.


Foi também uma manhã de festas: ao lado dos discursos das autoridades apresentaram-se os grupos culturais (Pracatum, Araketu, Banda Didá) mudando o tom formal do evento.

No final da cerimônia, os coordenadores das regionais receberam um "kit" contendo as diretrizes curriculares nacionais e as municipais, o livro "Escola Plural - A diversidade está na sala de aula" e uma lista com sugestões de bibliografia sobre assuntos africanos e afro-brasileiros.

Com docentes capacitados, que seja a escola que construa um país mais justo por meio de uma política que pense na igualdade não só social, mas também étnica é o que rogamos aos céus.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 39-40, mai./jun.2005.


Escola e Família:

parceria efetiva

Na tarde do dia 16/05/05, a Escola Municipal João Lino convidou pais/responsáveis para socialização de questões administrativas e pedagógicas. Nesta oportunidade o PGP/LIDERE realizou a palestra "Escola e Família: parceria efetiva", visando refletir a importância da participação da família no processo de ensino-aprendizagem.

As educadoras Jussiara Xavier Pinheiro e Regiane Lima Nascimento, mediadoras da atividade, desenvolveram o tema a partir da história "Coisas da vida" de Fernando Sabino, na qual uma mãe tem dificuldade em falar sobre "como nascem os seres humanos" com sua filha. Muitos participantes relataram suas próprias experiências.

Por ser um tema fecundo, professoras da escola e a própria gestora intervieram, compartilhando algumas situações vivenciadas no cotidiano escolar.

A atividade foi muito proveitosa, principalmente, devido ao fortalecimento de vínculos entre os segmentos escolares. O envolvimento do público propiciou um clima agradável e a gestora da U.E. demonstrou conhecer bem a realidade da comunidade local, haja vista a pertinência das suas colocações e a b oa relação estabelecida.

Regiane Lima Nascimento. Estudante de Filosofia, Faculdade Batista Brasileira. Bolsista Finep. E-mail: regylinda@hotmail.com

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 41, mai./jun.2005.


I Workshop de Centros de Referências em

Tecnologias de Gestão

Aconteceu nos dias 18 e 19 de maio de 2005, o "I Workshop de Centros de Referências em Tecnologias de Gestão" promovido pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), no Rio de Janeiro (Hotel Novo Mundo). O evento teve por objetivo promover a apresentação e avaliação dos resultados alcançados pelos projetos no âmbito do Programa TIB, em 2001 e 2002, para implementação de Centros de Referência em Tecnologias de Gestão.

Estiveram presentes representantes do Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva: Profª Drª Katia Siqueira de Freitas (coordenadora), profª Fernanda Santos Bastos (bolsista do Projeto e estudante de Pedagogia/UFBA), profª Suelia Ribeiro Queiroz (gestora da Escola Municipal Agripiniano de Barros), profª Maria Benedita Palmeiras da Silva (gestora da Escola Municipal Santa Terezinha) e profª Antônia Vilma Sales dos Santos (gestora da Escola Municipal Mirantes de Periperi) apresentando o referido Projeto, ações e resultados alcançados.

Destaque às gestoras que abrilhantaram a apresentação, relatando casos de sucesso obtidos através da parceira com o Projeto FINEP. Graças ao apoio financeiro da Secretaria Municipal de Educação e Cultura do Salvador(Prefeitura Municipal do Salvador) duas das gestoras puderam compartilhar e socializar, com pessoas de vários lugares do Brasil, experiências exitosas desenvolvidas em escolas públicas baianas, do subúrbio ferroviário de Salvador, evidenciando a superação dos desafios da educação pública com qualidade.

O evento foi realizado no Rio de Janeiro e teve como público-alvo Ministério da Ciência e Tecnologia, FINEP, executores dos projetos financiados pela FINEP e especialistas convidados.

Fernanda Santos Bastos. Estudante de Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep. E-mail: nandabastos_11@yahoo.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 42, mai./jun.2005.


Isso existe ainda?!

Educar não é só ensinar a ler, a resolver um problema matemático, a dar uma forma a um

pensamento. É principalmente atender às necessidades do desenvolvimento da criança, a

fim de prover à plena realização de sua personalidade, tanto no plano humano como no plano sobrenatural. Devemos, em conseqüência, desenvolver nas crianças atitudes construtivas que possibilitem ajustamento à vida como sejam: saber assumir responsabilidade, conseguir auto-suficiência, ter o gosto da iniciativa, ser capaz de auto-expressão, adaptar-se aos grupos, cultivar o seu interior. Para tal é preciso que a escola satisfaça os interesses da criança através do ensino-aprendizagem, do trabalho e da recreação. A brincadeira foi escolarizada, e o que resta é o horário do recreio. Criança sem brincar não é criança. E pensando assim a gestora, as professoras, as funcionárias, a comunidade da Escola Evangélica Batista Emanuel solicitaram à equipe de assessoramento do PGP/LIDERE que a 2.ª sessão do curso de aperfeiçoamento para professores tivesse como tema: jogos e brinquedos cantados.

Começou-se a atividade com a dinâmica viagem de navio, suficiente, como toda experiência recreativa, para se recorrer à imaginação, aliviar tensões, desafiar as energias dos participantes, conforme comentários das professoras no final da atividade. Esse foi um bom começo para se chegar à exposição co-participada que contou com o apoio de texto elaborado pela própria equipe de acompanhamento dessa escola. Após a discussão sobre o texto, processaram-se os jogos e brinquedos cantados. Uns apareciam como novidades outros como recapitulação. É bom ressaltar que vários jogos e brinquedos cantados foram sugeridos e direcionados por algumas das participantes. Nessas práticas recreativas as mediadoras, professoras Cáritas Vanucci e Regina Fernandes, lembravam alguns poderes da recreação, por exemplo, ali, no jogo, todos são tratados de igual para igual, o adulto sofre com a criança as mesmas penalidades; a recreação cultiva a arte de saber perder, além de arrancar a criança e o adolescente de sua atitude de base que é a da agressividade. A escolha de parlendas ou trava-línguas é um bom remédio para conciliar briguinhas, ranzinzices, visto que esses recursos desafiam a imaginação e há muito senso de humor em cada um deles.

Cáritas Vanucci. Pedagoga, UFBA. Bolsista PGP/LIDERE. E-mail: caritasvanucci@bol.com.br

Regina Fernandes. Licenciada em Letras, UCSAL. Especialista em Pesquisas Educacionais, USP. Bolsista Finep. E-mail: reginapretta@uol.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 43-44, mai./jun.2005.


Criança sem brincar não é criança. É preciso brincar e recuperar o exercício de ser criança. A escola e a TV matam a brincadeira porque calam a linguagem do corpo do menino; para brincar é preciso tempo. E tempo significa um bom período sem fazer nada, sem tarefa a cumprir, sem obrigação para dar conta. Isto às vezes se torna difícil para muitos alunos que têm de gerar renda para a família com horas remuneradas de trabalho árduo ou para outros que têm sempre o dia tomado por alguma atividade programada. Esses foram os comentários feitos pelas participantes no momento da avaliação, que finalizou com um bingo cujo objetivo era fixar a abordagem dessa vivência; concluindo os trabalhos leram-se alguns trava-línguas. Eis um deles:

Num ninho de mafagafos,

Seis mafagafinhos há;

Quem os desmafagafizar

Bom desmafagafizador

"Sabemos que brincar é a atividade mais importante da vida da criança. É brincando que ela aprende a compreender a sua realidade e a se apropriar dela, que ela se entende e entende melhor o mundo, que ela repete as alegrias e as tristezas que sua vidinha já provoca, que simboliza as angústias mais diversas que a assomam. Criança sem brincar não é criança" (Rosely Sayão).

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 43-44, mai./jun.2005.


Relato pessoal sobre a experiência em lecionar a disciplina: Estágio em Gestão de Sistemas Educacionais e Escola III

Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias (FAC), no curso de Licenciatura em Pedagogia no semestre 2004.1.

Sou pedagoga há sete anos e, como a maioria dos meus colegas brasileiros, enfrentei muitos desafios profissionais na busca de uma educação de qualidade. Em 2003, após seleção para docentes da FAC, fui convidada a mediar as disciplinas: "Estágio em Gestão de Sistemas Educacionais e Escola I" _ para alunos do 6º semestre e "Estágio em Gestão de Sistemas Educacionais e Escola II" _ para alunos do 7º semestre.

No semestre 2004.1 a disciplina "Estágio em Gestão de Sistemas Educacionais e Escola III" foi oferecida pela primeira vez no curso para o 8º semestre e me senti muito honrada ao ser convidada a mediá-la. Tracei planos tendo em mente a "Educação de qualidade" e o meu primeiro desafio foi a elaboração do Plano de Curso, uma vez que só tínhamos a Ementa que contempla: Elaboração e desenvolvimento de projetos; Análise das atribuições e competências na gestão de sistemas e órgãos educacionais; Atuação na administração, planejamento na supervisão e na orientação educacional, no sistema educacional e nas unidades escolares; Promoção

e organização de seminários e apresentação de memoriais referentes ao fazer pedagógico.

A partir desta Ementa, e em co-participação com a coordenadora do curso, estruturei o trabalho com o objetivo de envolver a comunidade local nas ações das escolas onde aconteceria o estágio, trabalho este, que foi desenvolvido pelos alunos das turmas do 8º semestre (Matutino e Vespertino).

No início do semestre, os alunos tiveram a oportunidade em aprofundar o conhecimento teórico, tendo como eixo norteador uma proposta que viabilizasse um trabalho mais democrático e participativo nas escolas ou nos sistemas de ensino (municipal ou estadual), contemplando as 45 horas de estágio prático.

Após esta primeira etapa, os alunos des-locaram-se às Unidades nas quais desejavam realizar o estágio coletando os aspectos a serem contemplados na sua prática, o que "a posteriori" contribuiria na elaboração do Plano de Ação.

Tracei planos tendo em mente a "Educação de qualidade" e o meu primeiro desafio foi a elaboração do Plano de Curso...

Mara Schwingel. Pedagoga/UFBA. Mestranda em Educação/UFBA. Bolsista do PGP/LIDERE. E-mail: schwinge@ufba.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 45-46, mai./jun.2005.


Foram realizadas, no máximo, 05 entrevistas com a comunidade escolar com suas diferentes representações e com funcionários do sistema de ensino, para que delimitassem questões a serem desenvolvidas. Destacaram-se: oficina meio ambiente; oficina de artesanato; saúde: palestra com os pais e ações com alunos; arte; culinária alternativa; palestra poder judiciário para pais; palestra: importância da família na escola; palestra e oficinas sobre auto-estima; palestra e oficinas de leitura; indisciplina na escola/violência; sexualidade; oficina de leitura; projeto sobre comidas alternativas para comunidade local carente; Visita à comunidade local para falar sobre a importância da atuação/participação na escola; oficina comunidade, escola e violência; oficina relações interpessoais; oficina gravidez na adolescência/violência sexual.

Os Planos de Ação elaborados-planejados de forma participada com a comunidade escolar fizeram com que sua implementação acontecesse de forma mais colegiada, conquistando o respaldo e o apoio da(s) escola(s). Diversos municípios foram contemplados como Candeias, São Sebastião do Passé, Madre de Deus, Simões Filho, Santo Amaro, dentre outros, com esta metodologia de trabalho.

De acordo com os relatos de final de semestre e a produção dos relatórios, pude compreender melhor a trajetória deste processo de construção do conhecimento.

Inicialmente, os alunos relutaram em aceitar o foco do estágio prático desta disciplina, pelo

fato de ele propor um trabalho aproximando a escola e a comunidade local. A grande maioria destes estagiários, que já são profissionais da educação sabem o quanto é difícil, mas não impossível este tipo de aproximação. Mais do que isto é fazer com que efetivamente a comunidade participe do progresso da escola e conseqüentemente, da melhoria da qualidade da educação de seus filhos, netos, parentes de forma geral e filhos de amigos.

Enfim, o resultado desta proposta de estágio, proporcionou ao alunado da FAC uma nova visão e concepção de trabalho nas Unidades de Ensino. Propor melhorias é corriqueiro, idem as críticas, mas levantar a bandeira com novas possibilidades e caminhos, este sim, é um caminho mais árduo de ser trilhado.

Destaco a participação e a parceria do Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação (PGP/LIDERE) com a FAC, que promoveu no dia 10 de maio de 2004, um Ciclo de Oficinas intitulada: "Ressignificando os Saberes", nas dependências da Faculdade, tendo como público-alvo os alunos das disciplinas de Estágio e como foco os temas mais solicitados pela comunidade escolar nas entrevistas realizadas.

Este estágio consolida-se com o objetivo de atender às necessidades dos alunos da FAC e também por propor a participação das diferentes representações sociais no contexto educacional. E a FAC ao oportunizar este trabalho de troca, está contribuindo ainda mais, para a melhoria da qualidade da educação.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 45-46, mai./jun.2005.


Limites e Disciplina

"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.."

Cora Coralina

A comunidade local da Escola Municipal de Plataforma participou da Palestra "Limites e disciplina" promovida pelo PGP/LIDERE na tarde chuvosa do dia 24.05.05; a atividade foi mediada pelas professoras Alicia Franklin Santana, Gilka Santana do Espirito Santo e Sara Almeida de Araújo Bastos, tendo como objetivo refletir junto com os pais sobre a construção cotidiana dos limites e disciplina dos alunos, favorecendo um clima harmonioso e eficaz para a

aprendizagem.

Após a análise feita sobre a importância de limites e disciplina, os pais interagiram ressaltando várias formas com que a família contribui na escola. Num segundo momento, os participantes construíram uma tela, expuseram os pontos importantes abordados na palestra.

A atividade foi bastante proveitosa e inovadora, contando com a participação da comunidade local que, mediante a experiências e questionamentos, contribuíu de maneira significativa para o bom aproveitamento da palestra. É mais um aprendizado que o Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação (PGP/LIDERE) promove para que a comunidade local reflita e desenvolva, juntamente com a escola, maneiras de integração na formação e disciplina dos filhos.

Sara Almeida de Araújo Bastos. Estudante de Ciências Naturais, UFBA. Bolsista Finep. E-mail: saraalmeida@atarde.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 47, mai./jun.2005.


Grêmio Estudantil _ CRT

A música é fonte de inspiração e, de modo peculiar a canção "Coração de Estudante" de Milton Nascimento e Wagner Tiso, pode funcionar como alavanca propulsora no resgate do tema "Grêmio Estudantil" e ou Conselho Representante de Turma (CRT): conselho constituído pelos representantes de grupos, eleitos anualmente pelos alunos de cada classe e que por ser uma livre associação de estudantes tem um papel importante na democratização da escola.

O CRT foi pensado para atender à demanda organizacional de estudantes que se encontram desde a educação infantil até a 4ª série do ensino fundamental.

De forma persuasiva, a música Coração de Estudante foi utilizada na vivência pedagógica "Grêmio Estudantil" no dia 13/04/05, no turno matutino, na Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes parceira do PGP/LIDERE, na tentativa de resgatar nos estudantes os sentimentos de fé, esperança, união, consciência política, cidadania e provocar mudanças positivas em suas vidas, na comunidade escolar e na sociedade. Na realização desta vivência pedagógica contamos com o apoio efetivo do professor Carlos Eduardo Carvalho de Massa e da professora Katia Smera Nunes, favorecendo à organização do ambiente e dando informações sobre o papel do PGP/LIDERE junto à escola.

De modo geral, as escolas parceiras têm acatado muito bem as fomentações quanto à implantação do Grêmio Estudantil nas suas Unidades Escolares, demonstrando espírito de gestão participativa e democrática.

Tem sido surpreendente o envolvimento e desprendimento de alguns professores, incentivando os alunos a abraçarem esta causa. Certa vez, num breve momento durante a visita de assessoria na Escola Municipal Alexandre Leal, um educador de forma empolgada socializou experiências de sua juventude, bastante proveitosas quando participou do CRT e os alunos mostraram-se atentos as suas palavras.

Patrícia Paixão. Estudante de Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep. E-mail: patripaixao@bol.com.br

Solange de Lima. Pedagoga, Universidade Castelo Branco. Bolsista Finep

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 48-49, mai./jun.2005.


possível" realizar o comando sugerido, entretanto um outro aluno percebeu a proposta da dinâmica e comentou que: "quando todos estão unidos é possível a realização de muitas coisas".

Com este trabalho pretende-se ainda elevar a auto-estima dos estudantes mostrando seu valor como seres humanos, capazes de promoverem mudanças significativas em suas escolas, comunidades que provavelmente refletirão na sociedade em que vivem.

Despende-se muita dedicação e entusiasmo para envolver os estudantes no contexto histórico do país, estabelecendo uma relação de acordo com sua realidade atual, pois baseada na história brasileira ao longo dos anos, os cidadãos foram submetidos a obedecer e acatar regras impostas pelo governo, com isso foi propagada uma cultura de não-participação e está arraigada no ambiente escolar e na sociedade.

Segundo Demo (1996), existe uma tendência histórica de coibir a conquista por parte dos interessados de seu espaço próprio de definição. Mas, com a persistência de defender nossos próprios interesses podemos reverter esta tendência histórica, como tem mostrado as diversas mobilizações estudantis no país.

O resultado do trabalho desenvolvido pela equipe PGP/LIDERE, tem nos proporcionado momentos de reflexão quando nos deparamos com "pequenos" e futuros líderes que gradativamente amadurecem suas idéias na linha enfocada, ou seja, grêmio estudantil.

O envolvimento com este trabalho nos faz relembrar momentos históricos relevantes como:

1937 - criada a União Nacional dos Estudantes(UNE). A entidade brasileira representativa dos estudantes universitários;

1963/64 - os estudantes foram responsáveis por um dos mais importantes momentos de agitação cultural da história do país. Era a época do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, que produziu filmes, peças de teatro, músicas livros e influenciou toda uma geração até os dias de hoje.

Também, é dado um enfoque especial ao movimento de estudantes chamado "Caras Pintadas", (1992 ) que resultou no "Impeachment" do então Presidente da República, Fernando Collor de Melo.

No momento da fundamentação teórica, buscamos puxar pela memória dos alunos quando projetamos imagens de movimentos estudantis. Surgiram vários comentários de experiências vividas pelos próprios estudantes em seu cotidiano, como por exemplo a reivindicação contra o aumento da passagem na cidade de Salvador/Ba. Enfocamos a importância da cidadania, e reivindicações com responsabilidade, inteligência sem causar danos aos patrimônios públicos, privados e/ou pessoas.

Um fato relevante foi no momento da dinâmica voltada para união, a qual dependia da participação de todos, e um aluno comentou ser "im

Referência

DEMO, Pedro. Participação é conquista: noções de política social participativa. 3.ed. São Paulo: Cortez, 1996.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 48-49, mai./jun.2005.


Filme comentado

"Meu Mestre

Minha Vida"

Ficha técnica do filme:

Título: Meu mestre minha vida

Ano de Lançamento:1989

Direção: John G. Avildsen

O filme meu mestre minha vida, se passa em uma escola situada na periferia de uma cidade americana. Esta escola apresentava sérios problemas sociais, como: preconceito diante da sociedade (racial e econômico), desestímulo, tráfico de drogas, marginalização, gravidez na adolescência e outros; além de possuir baixos índices de aproveitamento escolar. Mesmo passando por estes problemas esta escola, será submetida a um teste para avaliar o grau de conhecimento dos alunos, sendo que, este não satisfazendo os índices impostos pelo Estado, levará a escola à interditação.

O professor John Clarck, que possui fama de louco, porém autoritário, é convocado para reverter a situação desta escola e evitar a interdição.O professor John ao chegar na escola, encontra um clima social tenso, indisciplinado; onde alunos prendiam uns aos outros em gaiolas situadas no refeitório. Este comportamento, segundo o professor John Clarck se dá, devido o tratamento dos professores com os alunos, expressando na seguinte frase: "... se os tratarem como bichos é assim que se comportarão..."

Segundo Coutinho (1993), as relações grupais que se estabelecem no interior da sala de aula, serão com certeza, reflexo da forma como o professor lida com a classe. Isto explica a tese de Clarck, pois a indiferença dos professores com os problemas dos alunos estava contribuindo para rebeldia e desordem instaladas neste espaço. O mesmo professor então,

Fernanda Brito da Silva. Estudante de Pedagogia- UFBA. E-mail: nandabrito@bol.com.br

Patrícia Santos da Paixão. Estudante de Pedagogia- UFBA, Bolsista FINEP

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 50-52, mai./jun.2005.


passa a se comportar diferentemente de seus colegas utilizando a liderança [de acordo com Coutinho (1993), liderança é a expressão usada tanto a quem conduz autoritariamente, quanto a quem conduz democraticamente um grupo] e reforça esta liderança com um poder de coerção (French e Raven, 1972, apud Coutinho, 1993) utilizando um fortíssimo Controle Social (Berger, 1972, p. 81), assumindo a forma do ridículo.

O ridículo se expressa na cena em que o professor Clarck expõe os alunos traficantes no auditório lotado, dizendo que se os demais agissem igual a eles seriam expulsos também. O ridículo, neste caso, foi utilizado para mostrar um exemplo a não ser seguido (o uso de drogas) e mostrar a autoridade, ou como se diz popularmente quem é que manda.

O poder especializado (French e Raven, 1972,apud Coutinho, op. Cit) foi utilizado para levantar a auto-estima dos alunos rejeitados pela sociedade, devido a sua raça (negra) e condição social. Esta falta de atenção da sociedade para os problemas desses jovens contribuía ainda mais para o comportamento de rebeldia deles. O professor utiliza desse desprezo da sociedade para lhes despertar a auto-estima, perguntando-lhes se se conformavam com essa opinião.

O autoritarismo do professor Clarck foi importante para amenizar o clima social existente. O ânimo dos alunos foi restabelecido e eles, começaram a reagir com respeito, zelaram pela escola; interessaram-se pelos estudos não só para passar no teste, mas para mostrar à sociedade que os ignoravam a importância e competência deles no contexto social. O professor John não foi mais visto como um ditador e sim como um amigo, devido ao resultado alcançado, o autoritarismo foi visto como um bem.

A escola foi aprovada no exame, mas o resultado mais importante foi: o resgate desses jovens para a vida social, a formação de verdadeiros cidadãos capazes de modificar uma realidade marginalizada, conflituosa: jovens que lutam pelos seus direitos e executam seus deveres; este foi o maior prêmio.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 50-52, mai./jun.2005.


O hino da escola cantado pelas personagens do filme é interessante ser apreciado. Veja abaixo:

Hino

Às vezes em nossa vida, sentimos dor, sentimos tristeza,

mas se formos espertos sabemos que há sempre um amanhã

Apoi-se em mim quando estiver fraco e serei seu amigo, te ajudarei a prosseguir

Porque não vai demorar até eu precisar de alguém em quem me apoiar

É só me chamar, irmão quando precisar de uma mão

Todos nós precisamos de alguém em que nos apoiar

Eu posso ter um problema que você entenderá

Todos nós de alguém em que nos apoiar

Se precisar de um amigo

Serei seu amigo

Venha e apoi-se em mim

Por favor, engula o seu orgulho

Se eu puder te prestar coisa que você precisa

Serei seu amigo

Porque ninguém pode imaginar quais são

as necessidades que você pode prescindir

A letra deste, hino evidencia a importância de viver

coletivamente com união, amor e cooperação.

Conclui-se que este filme revela que às vezes um pouco de autoritarismo, também faz bem, porém não pode se tornar um exagero.

Referências:

BERGER, Peter L. Perspectivas Sociológicas: uma versão humanística. Rio de Janeiro: Vozes,1972.

COUTINHO, Maria Tereza da Cunha. Psicologia da Educação: um estudo dos processos psicológicos de desenvolvimento e aprendizagem humana, voltado para a educação. 3.ed. Belo Horizonte: Lê, 1993.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 50-52, mai./jun.2005.


Literatura Comentada

O Chachá

Quem foi Chachá? O africanista Alberto da Costa e Silva nos dá essa resposta no livro Francisco Félix de Souza, o Mercador de Escravos.

Chachá (1760-1849) teve um papel de destaque como empreendedor na África, na economia brasileira e no comércio internacional, principalmente como comerciante de escravos, pois este era o primeiro item das importações brasileiras. O Chachá controlava as exportações e as importações e, portanto o comércio externo. Sua vida atraiu a atenção de romancistas, historiadores, antropólogos, cineastas estrangeiros, sendo considerado uma personalidade de primeiro plano pelo historiador polonês Karl Polanyi.

Como cita o autor, desde meados do século XVII houve colonos da América portuguesa que souberam se dar bem na África. Por exemplo, um escravo, João Oliveira, vindo do Brasil no início do século XVIII, fundou dois novos portos na região: Porto Novo, hoje capital do Togo, e Lagos ex-capital da Nigéria.

Chachá que chegou à África em 1780, conforme as conveniências assumia a nacionalidade brasileira ou portuguesa. Se não fosse mulato e quase branco, pelos critérios locais e baianos, diria que era dali mesmo, da Costa dos Escravos, como o faziam quando lhe convinha, os negros brasileiros morando na região.

Sobre a origem do cognome, "Chachá", uma das versões seria a corruptela de "já, já" ou seja "agora mesmo!", imperativo de que abusava. É possível essa versão, pois há similar na vizinhança. Nos anos de 1830, uma comunidade de afro-brasileiros estabelecidos em Accra (atual capital de Gana) era chamada de "tabong", resultante da expressão que eles usavam o tempo todo: "Tá bom!". Outra versão, que para o autor parece sem

fundamento, é que viesse de "chanchã" que na gíria brasileira da época significaria falsário.

Eis mais uma saga brasileira desenrolada no continente africano, contando a história desse baiano que atravessando o oceano para tentar a sorte no golfo Guiné tornou-se o "melhor" ou o "primeiro amigo" do rei de Daomé e homem de influência na Costa dos Escravos. Agindo na zona de articulação do comércio

Regina Fernandes. Licenciada em Letras, UCSAL. Especialista em Pesquisa Educacional, USP. Bolsista, FINEP. E-mail: reginapretta@uol.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 53-54, mai./jun.2005.


internacional com a economia tradicional africana, Chachá tinha perfeita noção do lado brutal e dinâmico do capitalismo contemporâneo. Os nomes de dois de seus navios negreiros bem comprovam isso: um se chamava O Empreendedor e o outro Mete Mão.

Assim Chachá se fez um capitalista de porte. Um empresário que atuava no lado oculto da economia brasileira. A Bahia - onde ele nasceu, se criou e mantinha filhos, sócios, bens e capitais

_ era a sua base do lado americano; Daomé, atual Benin, era o centro de suas atividades na África. Desafiou a marinha de guerra britânica e a ordem internacional de sua época para dar continuidade ao tráfico negreiro. Os ingleses instauraram no Parlamento várias CPIs sobre o tráfico negreiro brasileiro e Chachá.

A leitura desse livro bem evidencia a herança de Chachá e da via brasileira para o atraso que o Brasil trilhou no séculoXIX.

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 53-54, mai./jun.2005.


Dicas de Sites

http://bayo.sites.uol.com.br/historicoquilombhoje.htm - 01/06/05 ás 13h

O site contém informações sobre o QUILOMBHOJE LITERATURA, grupo paulistano de escritores, fundado em 1980 que tem como meta dar visibilidade à literatura afro-brasileira e discutir questões como auto-estima dos afro-descendentes.

http://www.mundocultural.com.br/literatura1/simbolismo/cruz.htm - 01/06/05 às 12h05

O site "Mundo Cultural" dispõe de informações referentes à literatura brasileira e estrangeira, contém biografia de escritores consagrados, tais como Cruz e Souza, poeta negro, considerado o mais importante simbolista brasileiro, o escritor Lima Barrerto entre outros.

http://www.ceafro.ufba.br - 02/06/05 às 10h25

O site contém informações sobre os projetos desenvolvidos pelo CEAFRO que é um programa do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), órgão suplementar da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O foco deste programa é identidade racial e gênero.

http://www.sampa.art.br/SAOPAULO/biog%20Luiz%20Gama.htm - 01/06/05 às 12h36

O site "Sampa" é riquíssimo em informações possui fotos e imagens sobre aspectos históricos, artísticos e culturais da cidade de São Paulo. As imagens e fotos são bem nítidas e interessantes, oportunizam as pessoas conhecerem um pouco a cidade de São Paulo.

www.fundacaocultural.ba.gov.br -02/06/05 às 11h

O site "Fundação Cultural" fornece a programação de atrações eventos teatrais artísticos, seminários, palestras. Contém informações sobre projetos culturais, atrações e eventos com entrada franca ocorridos no Estado da Bahia.

Patrícia Santos da Paixão. Estudantede Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep. E-mai: patripaixao@bol.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 55-58, mai./jun.2005.


www.ambientebrasil.com.br

Se o leitor tem interesse na ampliação do conhecimento ambiental e na formação de uma consciência crítica sobre os problemas e soluções para o meio ambiente, o site ambientebrasil.com.br pode auxiliá-lo. Referência ambiental dentro da Internet, o portal oferece, de forma organizada, sistemática e atualizada, informações e conhecimentos sobre diversos aspectos inseridos na cadeia de discussões ligadas à ecologia e à educação ambiental. Vale a pena conferir.

www.conhecimentosgerais.com.br

Indicado, principalmente, para educadores e estudantes do ensino médio e vestibulandos, este site traz um amplo gradiente de conteúdos nas diferentes disciplinas curriculares, como a matemática, a língua portuguesa, a biologia, a geografia etc. além de saberes vinculados à cultura popular como a música, datas comemorativas entre outros. Como leitura complementar, o site colabora, de uma forma ou de outra, para o desenvolvimento cultural.

Fábio Kalil. Estudante de Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep. E-mail: fabioksouza@ig.com.br

www.aeiou.pt

Destinado ao profissional da área de educação, este site é uma referência no campo do saber e do conhecimento. Inclui notícias diárias sobre educação, programas curriculares, legislação específica para a classe docente, agenda escolar dentre outras informações.

www.ufv.br

Neste site apresentamos alguns portais e textos sobre Ensino a Distância com ênfase, principalmente, no uso da informática. Vale apena conferir

Gilka Santana do Espirito Santo. Administradora de Empresas, Fundação Visconde de Cairu. Bolsista Finep. E-mail: gilkas@bol.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 55-58, mai./jun.2005.


www.educacaoonline.pro.br

Site dedicado ao professor que trabalha com inclusão em sala de aula e profissionais que trabalham na capacitação de deficientes físicos; possui inúmeros textos que tratam sobre inclusão e com inclusão de deficiente visual e o processo de conscientização da escolha profissional para a vida pessoal.

Não deixem de conferir.

www.arteducacao.pro.br

Site totalmente voltado à arte educação, fazendo um importante trabalho educativo, procurando através das tendências individuais estimular a inteligência, o gosto pela criatividade e pela arte. Desenvolvendo no aluno a percepção, a imaginação, a observação, o raciocínio que influem diretamente na aprendizagem. Professores e profissionais que trabalham ou desejam trabalhar nessa temática; não percam.

www.educare.pt

Portal com informações e notícias relacionadas ao contexto educacional, interessantíssimo para gestores, alunos, professores, pais e pessoas que têm curiosidade em conhecer o universo educativo.

Sara Almeida de Araújo Bastos. Estudante de Ciências Naturais, UFBA. Bolsista Finep. E-mail: saraalmeida@atarde.com.br

www.energia.com.br/portaldasletras/principal.htlm

Este site apresenta uma diversidade de propostas literárias. Possibilita ao internauta "degustar" os "autores do mês", tirar suas dúvidas sobre "gramática e afins". O site disponibiliza uma série de curiosidades sobre escritores de diversos períodos da história da literatura: Romantismo, Realismo/Naturalismo, Parnasianismo, Modernismo, Pós-Modernismo... Você pode travar um diálogo com autores como Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Castro Alves, Machado de Assis... É uma oportunidade única para enriquecermos nosso vocabulário e apreciarmos obras inesquecíveis.

www.universiabrasil.net

Espaço privilegiado para o público universitário, este site proporciona um universo de informações sobre estágios, intercâmbios, programas governamentais, cursos e muito mais. Para o docente existe um link denominado "Sala de Aula", onde o professor pode acessar e ler artigos que abordam e discutem os aspectos pedagógicos, sociais e políticos da profissão, apresentando sugestões de materiais didáticos que podem ser utilizados no dia-a-dia em sala de aula. Através do site você pode acessar periódicos científicos, teses e dissertações de diversas áreas do conhecimento.

Antonio Gualberto Pereira. Estudante de Ciências Contábeis. Bolsista IC/CNPq. E-mail: gualberto_irece@yahoo.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 55-58, mai./jun.2005.


http://www.contadoresdehistorias.pro.br/

Site desenvolvido Laerte Vargas aborda aspectos importantes da contação de histórias: sobre a linguagem, o trabalho do contador de histórias, grupos de estudo, oficinas, contos populares, dentre outros. Desta forma, esta é uma excelente fonte de pesquisa dos profissionais de educação tanto para implementar o planejamento diário como os seus conhecimentos.

http://www.graudez.com.br/litinf/origens.htm

O site Literatura Infantil tem como propósito socializar conceitos sobre este assunto. De acordo com os autores, o conteúdo aqui apresentado advém de pesquisas de vários anos sobre o assunto. Neste percurso, foram utilizados vários livros, anotações de cursos e algumas concepções próprias. Sendo assim, é uma oportunidade para a atualização dos educadores.

http://www.sejafeliz.org/infantis/

Neste site você pode encontrar diversos materiais para diversificar sua aula e inspirar novas atividades. Dentre esses podemos destacar brincadeiras parábolas, contos infantis, histórias narradas e lendas da cultura brasileira.

http://www.qdivertido.com.br/contos.php


Desenvolvido por um grupo de pessoas busca trazer uma alternativa de entretenimento das para crianças e adultos que navegam na net. No decorrer da busca podemos encontrar historias, brincadeiras, charadas, contos e diversas novidades para o público infantil. Desta forma, esse site é uma divertida viagem para os alunos e professores.


Carmem Luciana Cardoso Martins Santos. Estudante de Enfermagem, UCSAL. Bolsista Finep. E-mail: carmemcms@hotmail.com

GERIR, Salvador, v. 11, n. 43, p. 55-58, mai./jun.2005.


Utopia do Desejo

01 Augusto Anjo... É a tua graça própria

E épica se faz a tua personificação.

Amiúde e precioso

Onde dispenso a inutilia truncat para descrevê-lo.

05 Amor barroco, coração arnado, corpo adolescente...

Onde pulsas incandescente,

Como meu Tenedor Monarca estou abaixo de ti

E em profunda umidade, minha pressão é maior.

Onde norte é meu ponto.

10 A razão vitupera a perfídia

Pelo espólio de tua lembrança que já é ausente

15 Por estar inerte a falta de amor

Que tua ausência me causou,

Sabendo que agora está mórbido,

Por ser uma utopia de minhas divagações

Estou indulgente a mim mesma.

17 Prantos denotam minha languidez

Por você logo estar exilado.

20 Um augúrio me arrebatou a quimera

Que tanto desejava ser real,

Onde nosso amor fosse quiasmo sempre,

Mas não eterno.

IIramara Paim. Voluntária PGP/LIDERE. E-mail: irapg21@ig.com.br

GERIR, Salvador, v. 11, n.43, p.59, mai./jun.2005.




DOBRE AQUI


ENTRE EM CONTATO

Este espaço é seu! Expresse suas críticas e sugestões, questione, faça sua avaliação sobre o Informativo GERIR e envie seus comentários.

1 O que você achou deste exemplar (GERIR,v.11,n.43, mai./jun. 2005)?

_________________________________________________________________________

2 O que mais gostou, o que não gostou? ________________________________________

3 Que assuntos você gostaria de ver no próximo número? ___________________________

_____________________________________________________________________________

4 Você deseja continuar recebendo o Informativo GERIR?

( ) SIM ( ) NÃO Por quê? _________________________________________________

5 Você gostaria de ser assinante do Informativo GERIR?

( ) SIM ( ) NÃO Por quê? _________________________________________________

6 Que valor você pagaria por cada exemplar do Informativo GERIR?

( ) R$3,00 ( ) R$5,00 ( ) R$7,00 ( ) outro/Qual?____________________________

7 Envie-nos dúvidas, reclamações, sugestões e perguntas nesse espaço ou via e-mail:

liderisp@ufba.br

DOBRE AQUI

DOBRE AQUI


-


Nome: ______________________________________________ Aniversário: ___/___/___

Endereço: ________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

Bairro __________________ Cidade: __________________________________ UF:_____ CEP: _______________ E-mail: ______________________________________________ Telefones: ( )_______________________Profissão: ______________________________ Função: _________________________Instituição:________________________________

OBS: ____________________________________________________________________



DOBRE


v.11, n.43,

mai./jun.2005

Informativo GERIR

Universidade Federal da Bahia - UFBA

Centro de Estudos Interdisciplinares para o Setor Público - ISP

Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação - PGP/LIDERE

AV. Adhemar de Barros, s/n, Pavilhão IV, Campus Universitário de Ondina.

CEP 40170-110 Salvador _ Bahia, Brasil.

A/C: Profa. Katia Siqueira de Freitas

DOBRE

DOBRE





PASSE COLA AQUI

PASSE COLA AQUI

Remetente:

Endereço:

CEP:





PASSE COLA AQUI